CEJ Santa Marina

CEJ Santa Marina

Blog oficial da Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dom odilo comenta a polêmica envolvendo “Nossa Senhora do Crack”

Foto tirada nesta terça-feira, 02 de agosto, com a imagem destruída





A semana que passou foi marcada pela polêmica obra do artista Zarela Neto que colocou uma imagem da Mãe de Jesus em um altar na Rua Apa, próximo à região conhecida como cracolândia e a denominou “Nossa Senhora do Crack”.

A reação dos usuários de crack que circulam pela região foi imediata: destruiram a imagem de Nossa Senhora. Para comentar essa sequência de atos polêmicos, o jornal O São Paulo entrevistou dom Odilo Scherer.

Para o arcebispo de São Paulo a obra não é profanação: “Talvez um título mais adequado fosse “Nossa Senhora da Cracolândia”, mas não vi desrespeito por Nossa Senhora. Não é ela a Senhora das dores, das angústias, dos aflitos, dos enfermos, da consolação, da esperança, da Luz?!”. Porém, o arcebispo ponderou a atitude dos usuários que quebraram a imagem: “Também para eles não dá para juntar Nossa Senhora, que é só coisa boa, com o crack, que é uma droga. Crack mata, a Mãe faz viver”.

Dom Odilo lembra que onde há sofrimento, dor e desprezo pela dignidade, Nossa Senhora está por perto para socorrer, amparar e consolar e nos convida a fazer o mesmo, assim como a Comunidade Missão Belém, que realizou entre os dias 1 e 25 de julho uma missão naquela região. Segundo padre Giampietro Carraro, fundador da comunidade, 230 pessoas foram resgatadas das ruas no período da atividade. “Com o simples Evangelho e a oração, tiramos do centro de São Paulo 7 mil moradores de rua, em seis anos de trabalho”, afirma padre Giampietro.

Ainda falando sobre a obra do artista plástico, dom Odilo diz que foi importante para trazer à tona esse problema: “a cidade acostuma-se com tudo; com essa e outras realidades chocantes do seu convívio, como a pobreza extrema ainda existente em amplos extratos da população, as moradias indignas de seres humanos, a prostituição e a exploração sexual de pessoas com o fim de obter lucro, a violência cotidiana. A cracolândia não é nenhuma atração turística de que a cidade possa orgulhar-se; é uma chaga aberta, uma face deprimente da realidade urbana”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário