CEJ Santa Marina

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Blog oficial da Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina

segunda-feira, 31 de março de 2014

Igrejas tocarão os sinos no dia da canonização do beato Anchieta

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convoca todas as Igrejas do país para que toquem os sinos, no dia 2 de abril, às 9 horas da manhã, por ocasião da canonização do beato José de Anchieta.
Em carta, enviada aos bispos, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, explica que será um "gesto de alegria, gratidão e comunhão por estar inscrito entre os santos, o Apóstolo do Brasil".
Durante a 52ª Assembleia Geral da CNBB, que acontecerá em Aparecida (SP), será celebrada missa em ação de graças pela canonização do beato, no dia 4 de maio, às 8h, no Santuário Nacional de Aparecida.
Celebrações por onde Anchieta passou
O arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, convidou o clero da arquidiocese para acolher a canonização com manifestações de "júbilo e ação de graças a Deus", pedindo que os sinos toquem, todos juntos, às 14h, por cinco minutos, ao menos. No domingo, dia 6, haverá procissão saindo do Pátio do Colégio, às 10h15, em direção à Catedral da Sé, onde será celebrada missa solene às 11h.
Em Salvador (BA), o arcebispo local e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, celebrará uma missa, às 18h, na Catedral Basílica.
Na arquidiocese de Vitória do Espírito Santo (ES) haverá missa na catedral metropolitana, às 18h do dia 2, presidida pelo arcebispo local, dom Luiz Mancilha Vilela. Às 20h, a comunidade Shalom apresenta o musical “Anchieta para todas as tribos”. No domingo, dia 6, duas missas estão marcadas. Às 9h30, na paróquia Beato José de Anchieta, em Serra (ES), e às 16h, no pátio do Santuário de Anchieta (ES).
O arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, presidirá uma missa em ação de graças na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no dia 2 de abril, às 18h.
 História do Apóstolo do Brasil
O padre José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534, nas ilhas Canárias, Espanha. Seu primeiro contato com os jesuítas foi quando estudava filosofia na universidade de Coimbra, Portugal. Em 1551, Anchieta entrou na Companhia de Jesus.
A missão no Brasil começou em 1553, quando, ainda noviço, aos 19 anos, desembarcou em Salvador (BA) para trabalhar com padre Manuel da Nóbrega e outros missionários.
A fundação da cidade de São Paulo está relacionada à primeira missa celebrada na missão de Piratininga, em 25 de janeiro de 1554, festa litúrgica da Conversão do apóstolo São Paulo. Ali, os jesuítas fundaram um colégio, o primeiro da Companhia de Jesus na América Latina.
Outros elementos são marcantes na história do beato José de Anchieta, no Brasil. Ele ensinou a língua portuguesa aos filhos de índios e de portugueses; aprendeu a língua indígena; escreveu gramática, catecismo, peças de teatro e hinos na língua dos índios, além de outras obras em português, latim, tupi e guarani; participou de negociações de paz em conflitos entre índios e portugueses; fundou outro colégio no Rio de Janeiro, no qual foi reitor; foi responsável por outras missões; provincial dos jesuítas no Brasil; e escreveu muitos relatos sobre a missão e particularidades da terra e do povo brasileiros.
José de Anchieta morreu em 9 de junho de 1597, em Reritiba, cidade fundada por ele no Espírito Santo que futuramente recebeu o nome de Anchieta.
O título de “Apóstolo do Brasil” foi dado pelo prelado do Rio de Janeiro, dom Bartolomeu Simões Pereira, durante a homilia do funeral.

Fonte: Site da CNBB


domingo, 30 de março de 2014

Avisos paroquiais

1 – Lembramos que durante a quaresma, às Segundas-Feiras, TERÇO DOS HOMENS, às 20h;

2 – Terça-Feira, 01 de abril, às 20h, Missa de Cura e Libertação, com o tema: Purifica os nossos Corações;

3 – Na Quarta-Feira, 02 de abril, o Papa Francisco irá proclamar Santo o Padre José de Anchieta. Para marcar a assinatura e a publicação do Decreto de Canonização, neste dia todas as Igrejas e Capelas da Arquidiocese tocarão os sinos às 14hs;

4 - Próxima Sexta-Feira, 04 de abril, 1ª do mês, missa do Apostolado da Oração às 15h e no próximo Sábado dia 05/04, 1ª do mês missa às 7h30;

5 – Próximo final de semana é o domingo da partilha os Vicentinos contam com a nossa colaboração;

6 – Lembramos que às sextas-feiras da Quaresma temos missa da penitência às 6h da manhã e a via-sacra após a missa da noite sob a responsabilidade nesta próxima sexta-feira dos grupos: Grupo de Oração e Jovens e também temos VIA SACRA as Quartas Feiras às 15h;

7 - Segunda feira, dia 07 de abril, às 20hs, confissões aqui na Paróquia.


8 - Se você tem algum recado de sua pastoral ou achou um texto/ notícia interessante e quer compartilhar conosco, enviei um e-mail para cejsantamarina@gmail.com que podemos publicar aqui no blog.

Leituras da Semana – de 31 de março a 05 de abril

2ªf: Is 65,17-21; Sl 29; Jo 4,43-54;

3ªf: Ez 47, 1-9.12; Sl 45; Jo 5,1-16;

4ªf: Is 49,8-15; Sl 144; Jo 5,17-30;

5ªf: Ex 32,7-14; Sl 105; Jo 5,31-47;

6ªf: Sb 2,1a.12-22; Sl 33; Jô 7,1-2.10.25-30;


Sáb: Jr 11,18-20; Sl 7; Jô 7,40-53.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Na canonização de José de Anchieta

Ao clero, Religiosos e Leigos da Arquidiocese de São Paulo

Caríssimos,

Conforme já foi divulgado por noticiários do Vaticano, o papa Francisco proclamará “santo” o bem-aventurado Padre José de Anchieta no próximo dia 02 de abril, mediante a assinatura e a publicação do Decreto da canonização.

Esta canonização, há muito esperada por nós, é motivo de especial alegria para todo o Brasil, uma vez que Anchieta é o “Apóstolo do Brasil”, assim proclamado já no seu funeral, em 1597. Ele marcou profundamente o início da evangelização, não apenas em São Paulo, mas em boa parte do Brasil. No centro histórico da capital paulista,  o Pátio do Colégio lembra que Anchieta foi um dos fundadores desta cidade e também um dos iniciadores da Igreja nesta metrópole.

Por isso, vamos acolher a sua canonização com manifestações de júbilo e ação de graças a Deus. Convido os padres a fazerem tocar os sinos na mesma hora, em todas as igrejas e capelas da Arquidiocese no dia 02 de abril, às 14h00, por 5 minutos, ao menos.

Ao mesmo tempo, convido o povo a fazer celebrações espontâneas de louvor e agradecimento a Deusno mesmo dia 02 de abril, em horários que as paróquias podem marcar. A CNBB preparou um roteiro de celebração para a ocasião, que se encontra também no site da Arquidiocese (www.arquidiocesedesaopaulo.org.br), de onde pode ser baixado e impresso para o uso. Artigos sobre Anchieta também se encontram no mesmo site e podem ser úteis para falar ao povo sobre o novo Santo durante as celebrações.

Convido ainda a que, no domingo seguinte, dia 06 de abril,  se faça especial louvor a Deus pela canonização de Anchieta, embora mantendo normalmente a liturgia do 5º domingo da Quaresma. A santidade, de fato, é a meta da Quaresma e da vida cristã...

Na Catedral da Sé, naquele mesmo domingo, dia 06 de abril, às 11h00, faremos um solene Te Deum laudamus pela canonização do Padre Anchieta; para essa celebração, serão também convidadas as autoridades do Município e do Estado. A Missa será precedida de uma procissão, saindo do Páteo do Colégio às 10h15 na direção da Catedral.

Os Padres queiram ajudar o povo das Comunidades a perceber a importância e o significado  desta canonização e da própria figura de Anchieta, tão ligada a São Paulo e ao Brasil. Deus nos oferece uma ocasião singular para o testemunho eloquente do Evangelho do Reino e da ação amorosa de Deus junto de seu povo nesta cidade. Ao mesmo tempo, a Providência nos convida a renovar-nos na dimensão missionária e da caridade pastoral, olhando para “São” José de Anchieta.

“Ad maiorem Dei gloriam” – Que seja tudo para a maior glória de Deus! “São” José de Anchieta, rogai por nós! Deus os guarde no seu amor.

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo

domingo, 23 de março de 2014

Avisos paroquiais

1 – Lembramos que durante a quaresma, todas às Segundas-feiras, haverá TERÇO DOS HOMENS, às 20h;

2 – Lembramos que às sextas-feiras da Quaresma temos missa da penitência às 6h da manhã e a via-sacra após a missa da noite sob a responsabilidade nesta próxima sexta-feira dos grupos: Curso de Noivos/ Pastoral do Casamento/ECC/Terço dos Homens, e também temos VIA SACRA as Quartas Feiras às 15h;

3 – No próximo sábado, dia 29 de março, teremos a reunião de Liturgia às 9h30;

4 - Próximo domingo, 30 de março, na missa das 9h, teremos a Imagem Peregrina de Nossa Senhora do Sagrado Coração visitando a nossa Comunidade;

5 – Também no próximo Domingo, 30 de março, às 14h30, acontece a Festa Legionária da Acies;


6 - Se você tem algum recado de sua pastoral ou achou um texto/ notícia interessante e quer compartilhar conosco, enviei um e-mail para cejsantamarina@gmail.com que podemos publicar aqui no blog.

Leituras da Semana – de 24 a 29 de março

2ªf: 2Rs 5,1-15a; Sl 41; Lc 4,24-30;

3ªf: Is 7,10-14;8,10; Sl 39; Hb 10,4-10; Lc 1,26-38;

4ªf: Dt 4,1.5-9; Sl 147; Mt 5,17-19;

5ªf: Jr 7,23-28; Sl 94; Lc 11,14-23;

6ªf: Os 14,2-10; Sl 80; Mc 12,28b-34;


Sáb: Os 6,1-6; Sl 50; Lc 18,9-14.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Diálogo do Papa Francisco com os noivos praça São Pedro

1ª Pergunta : O medo do “para sempre”
Santidade, muitos, hoje, pensam que prometer fidelidade para toda a vida é um compromisso muito difícil. Muitos sentem que o desafio de viver juntos para sempre é bonito, fascinante, mas muito exigente, quase impossível. Pedimos que sua palavra possa nos iluminar sobre esse aspecto.

É importante perguntar se é possível amar “para sempre”. Hoje, muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas, por toda a vida, parece impossível. Hoje, tudo está mudando rapidamente, nada dura muito tempo. E essa mentalidade leva muitos, que estão se preparando para o matrimônio, a dizer: “estamos juntos enquanto durar o amor.” Mas o que entendemos por “amor”? Apenas um sentimento, uma condição psicofísica? Certo, se é isso, você não pode construir em algo sólido. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce, e nós podemos ter como exemplo o modo como é construída uma casa.

A casa se constrói juntos, e não sozinhos! Construir aqui significa favorecer e ajudar o crescimento. Caros noivos, vocês estão se preparando para crescer juntos, para construir esta casa, para viver juntos para sempre. Não queiram fundá-la sobre a areia dos sentimentos que vêm e vão, mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. A família nasce desse projeto de amor que quer crescer como se constrói uma casa, que seja lugar de afeto, ajuda, esperança e apoio. Como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também o amor que funda a família queremos que seja estável e para sempre. Não devemos nos deixar vencer pela “cultura do provisório”!

Portanto, como se cura esse medo do “para sempre”? Cura-se dia por dia, confiando-se ao Senhor Jesus em uma vida que se torna um caminho espiritual diário, composto por etapas, crescimento comum, o compromisso de se tornarem homens maduros e mulheres de fé. Porque, caros noivos, o “para sempre” não é apenas uma questão de tempo! Um matrimônio não é apenas bem sucedido se dura, mas é importante a sua qualidade. Estar juntos e saber amar para sempre é o desafio de esposos cristãos.

Vem-me à mente o milagre da multiplicação dos pães: também para vocês, o Senhor pode multiplicar o vosso amor e dá-lo fresco e bom todos os dias. Ele tem uma fonte infinita! Ele vos dá o amor que é o fundamento de vossa união e cada dia o renova, o fortalece. E o torna ainda maior quando a família cresce com os filhos. Neste caminho, é importante e necessária a oração. Peçam a Jesus para multiplicar o vosso amor. Na oração do Pai-Nosso nós dizemos: “Dá-nos, hoje, o nosso pão cotidiano”. Os esposos podem aprender a rezar assim: “Senhor, dá-nos hoje o nosso amor cotidiano”, ensina-nos a amar, a querer bem um ao outro! Quanto mais vocês se confiarem a Ele, mais o amor de vocês será “para sempre”, capaz de se renovar-se e vencer todas as dificuldades.

2ª Pergunta : Viver juntos: o “estilo” da vida matrimonial
Santidade, viver juntos todos os dias é belo, dá alegria, sustenta. Mas é um desafio a ser enfrentado. Acreditamos que devemos aprender a nos amar. Há um “estilo” de vida conjugal, uma espiritualidade do cotidiano que queremos aprender. O Senhor pode nos ajudar nisso, Santo Padre?

Viver junto é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante. Ele não termina quando vocês conquistam um ao outro… Na verdade, é precisamente aí que se inicia! Esse caminho de cada dia tem regras que podem ser resumidas em três palavras, que eu já disse para as famílias, e que vocês já podem aprender a usar entre vós: Permissão, obrigado e desculpa.

“Posso?”. É um pedido gentil para poder entrar na vida de outra pessoa com respeito e atenção. É preciso aprender a pedir: Eu posso fazer isso? Agrada a você que façamos isso? Tomamos essa iniciativa para educar nossos filhos? Você quer sair essa noite?… Em suma, significa ser capaz de pedir permissão para entrar na vida dos outros com gentileza.

Às vezes, usa-se modos um pouco “pesados”, como as botas de montanha! O verdadeiro amor não se impõe com dureza e agressividade. Nos escritos de Francisco, encontra-se essa expressão: “Saibam que a gentileza é uma das propriedades de Deus, é irmã da caridade, que apaga o ódio e conserva o amor” (cap. 37). Sim, a gentileza preserva o amor. E, hoje, em nossas famílias, em nosso mundo, muitas vezes violento e arrogante, nós precisamos muito de gentileza.

“Obrigado”. Parece fácil pronunciar esta palavra, mas sabemos que não é assim… Mas é importante! Nós a ensinamos às crianças, mas, depois, a esquecemos! A gratidão é um sentimento importante. Lembram-se do Evangelho de Lucas? Jesus cura dez leprosos e, em seguida, apenas um volta para Lhe agradecer. O Senhor diz: e os outros nove, onde estão? Isso vale também para nós: sabemos agradecer? No relacionamento de vocês, e amanhã na vida conjugal, é importante para manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus, e dar graças sempre. Nessa atitude interior, agradecer por tudo. Não é uma palavra amável para usar com estranhos, para ser educado. É necessário saber dizer ‘obrigado’ para caminhar bem juntos.

“Desculpe”. Na vida nós cometemos tantos erros, tantos enganos. Todos nós. Talvez, haja um dia em que nós não façamos algo errado. Eis, então, a necessidade de usar esta simples palavra: “desculpe”.

Em geral, cada um de nós está pronto para acusar os outros e nos justificarmos. É um instinto que está na origem de muitos desastres. Aprendamos a reconhecer nossos erros e a pedir desculpas. “Desculpe-me se eu levantei a voz”. ” Desculpe-me se eu passei sem cumprimentá-lo; desculpe-me pelo atraso; desculpe-me por estar tão silencioso esta semana; se eu falei muito e não te ouvi; desculpe-me se eu esqueci”. Também assim cresce uma família cristã.

Nós todos sabemos que não há família perfeita, e até mesmo o marido perfeito ou a esposa perfeita. Existimos nós, os pecadores. Jesus, que nos conhece bem, nos ensinou um segredo: nunca terminar um dia sem pedir perdão, sem que a paz retorne à nossa casa, à nossa família. Se aprendermos a pedir perdão e a nos perdoar, o matrimônio irá durar, irá em frente.

3ª Pergunta: O estilo da celebração do Matrimônio
Santidade, nestes meses, estamos nos preparativos para o nosso casamento. O senhor pode nos dar algum conselho para celebrar bem o nosso matrimônio?

Façam de um modo que seja uma verdadeira festa, uma festa cristã, não uma festa social! A razão mais profunda da alegria desse dia nos indica o Evangelho de João: vocês se recordam do milagre nas bodas de Caná? Em um certo momento, o vinho faltou e a festa parecia arruinada. Por sugestão de Maria, naquele momento, Jesus se revela pela primeira vez e realiza um sinal: transforma a água em vinho e, assim, salva a festa de núpcias.

O que aconteceu em Caná há dois mil anos acontece, na realidade, em cada festa de núpcias: o que fará pleno e profundamente verdadeiro o matrimônio de vocês será a presença do Senhor que se revela e dá a sua graça. É a sua presença que oferece o “vinho bom”, é Ele o segredo da alegria plena, que realmente aquece o coração.


Ao mesmo tempo, no entanto, é bom que o matrimônio de vocês seja sóbrio e faça sobressair o que é realmente importante. Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores, com o banquete, fotografias, roupas e flores… São coisas importantes em uma festa, mas somente se forem capazes de apontar o verdadeiro motivo da alegria de vocês: a bênção do Senhor sobre o amor de vocês. Façam de modo que, como o vinho em Caná, os sinais exteriores da festa revelem a presença do Senhor e recorde a vocês e a todos os presentes a origem e o motivo de vossa alegria.

quarta-feira, 19 de março de 2014

São Paulo ganha 1ª Faculdade de Direito Canônico do Brasil

A Congregação para a Educação Católica, departamento da Cúria Romana, aprovou, com decreto assinado no dia 26 de fevereiro, a ereção da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, primeira do gênero no Brasil. O anúncio foi feito na manhã de segunda-feira, dia 17, pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. A nova faculdade será instalada no dia 7 de abril, em Ato Acadêmico Solene às 9h30, na sede da faculdade (avenida Nazaré, 993 - Ipiranga), com a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello.
A Faculdade de Direito Canônico da Arquidiocese de São Paulo é fruto da elevação do atual Instituto de Direito Canônico Padre Doutor Giuseppe Benito Pegoraro, após solicitação da Arquidiocese. Em fevereiro, em Roma, o Cardeal Scherer teve uma audiência com o prefeito da Congregação para a Educação Católica, o Cardeal polônes Zenon Grocholewski, para tratar do assunto. A autorização foi repassada a Dom Odilo na semana passada, em telefonema da Nunciatura Apostólica.
Durante a sessão de anúncio da nova faculdade, o Cônego Martin Segú Girona, nomeado decano da instituição, manifestou alegria pela notícia. Segundo ele, 18 professores doutores já foram aprovados, pela Congregação para Educação Católica, para lecionar Direito Canônico na nova faculdade, e irão se dedicar a responder, “paulatina e progressivamente”, aos novos desafios, sem perder de vista que a “Salus animarum” (Salvação da Alma) é a suprema lei da Igreja.
Cônego Segu explicou, ainda, que “as faculdades eclesiásticas, para poderem ser distinguidas das estatais, normalmente, são qualificadas ou com o nome de pontifícias (as mais antigas e com direitos adquiridos) ou então simplesmente com o  titulo de faculdade, embora gozem dos mesmo direitos e deveres das que ostentam o nome de Pontifícia. Isto porque as novas faculdades erigidas pela Congregação para a Educação Católica são igualmente supervisionadas pelo Dicastério Apostólico”.
Segundo documento divulgado à imprensa, um dos objetivos da faculdade é investigar, aprofundar e explanar de maneira sistemática as fontes do Direito, tanto as do passado, quanto as do presente, “procurando harmonizar as exigências científicas com as necessidades pastorais do povo de Deus”.
Um outro objetivo é desenvolver o Direito Canônico, tendo como guia o Magistério da Igreja, de maneira que a aplicação do decreto da Congregação para a Educação Católica que renova a ordem nos estudos nas faculdades de Direito Canônico, de 2 de setembro de 2002, contribua para a compreensão das práticas latino-americanas e brasileiras sem desmerecer a universalidade do Código. Além disso, a nova faculdade deve promover a “formação jurídica tanto do clero e pessoas consagradas, como de leigos, dando ênfase especial à formação e preparação dos professores em Direito Canônico e de ministros de Cúria tanto para o Poder Executivo quanto para o Judiciário”.


segunda-feira, 17 de março de 2014

Avisos paroquiais

1 – Lembramos que durante a quaresma, todas às Segundas-feiras, haverá TERÇO DOS HOMENS, às 20h;

2 – Na terça-feira, dia 18 de Março, missa às 19h30; 

3 – Na quarta feira, dia 19 de Março, faremos missa em Louvor a São José;

4 - Lembramos que às sextas-feiras da Quaresma temos missa da penitência às 6h da manhã e a via-sacra após a missa da noite. A responsabilidade nesta próxima sexta-feira será dos grupos: Vicentinos/ Liturgia/ Grupo de Canto;

5 – Temos ainda algumas vagas a Peregrinação para Aparecida do Norte, no dia 29 de março, sábado, informações na secretaria; 


6 - Se você tem algum recado de sua pastoral ou achou um texto/ notícia interessante e quer compartilhar conosco, enviei um e-mail para cejsantamarina@gmail.com que podemos publicar aqui no blog.

Leituras da Semana – de 17 a 22 de março

2ªf: Tg 1,1-11; Sl 118; Mc 8,11-13;

3ªf: Tg 1,12-18; Sl 93; Mc 8,14-21;

4ªf: Tg 1,19-27; Sl 14; Mc 8,22-26;

5ªf: Tg 2,1-9; Sl 33; Mc 8,27-33;

6ªf: Tg 2,14-24.26; Sl 111; Mc 8,34-9,1;

Sáb: 1Pd 5,1-4; Sl 22; Mt 16,13-19


sexta-feira, 14 de março de 2014

CATEQUESE - CONFISSÃO

Praça São Pedro – Vaticano

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Através dos Sacramentos da iniciação cristã, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, o homem recebe a vida nova em Cristo. Agora, todos sabemos disso, nós levamos essa vida “em vasos de barro” (2 Cor 4, 7), ainda estamos sujeitos à tentação, ao sofrimento, à morte e, por causa do pecado, podemos até mesmo perder a nova vida. Por isto o Senhor Jesus quis que a Igreja continuasse a sua obra de salvação também através dos próprios membros, em particular o Sacramento da reconciliação e aquele da Unção dos enfermos, que podem ser unidos sob o nome de “Sacramentos da cura”. O Sacramento da Reconciliação é um Sacramento de cura. Quando eu vou confessar-me é para curar-me, curar a minha alma, curar o coração e algo que fiz e não foi bom. O ícone bíblico que o exprime melhor, em sua profunda ligação, é o episódio do perdão e da cura do paralítico, onde o Senhor Jesus se revela ao mesmo tempo médico das almas e dos corpos (cfr Mc 2,1-12 // Mt 9,1-8; Lc 5,17-26).

1. O Sacramento da Penitência e da Reconciliação surge diretamente do mistério pascal. De fato, na própria noite de Páscoa, o Senhor aparece aos discípulos, fechados no cenáculo, e depois de ter dirigido a eles a saudação “A paz esteja convosco”, soprou sobre eles e disse: “Recebeis o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados” (Jo 20,21-23). Esta passagem nos revela a dinâmica mais profunda que está contida neste Sacramento. Antes de tudo, o fato de que o perdão dos nossos pecados não é algo que podemos dar a nós mesmos. Eu não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão se pede, se pede a uma outra pessoa e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas é um presente, é um dom do Espírito Santo, que nos enche com a misericórdia e a graça que surge incessantemente do coração aberto de Cristo crucificado e ressuscitado. Em segundo lugar, recorda-nos que somente se nos deixamos reconciliar no Senhor Jesus com o Pai e com os irmãos podemos estar verdadeiramente na paz. E todos sentimos isso no coração quando vamos confessar-nos, com um peso na alma, um pouco de tristeza; e quando recebemos o perdão de Jesus estamos em paz, com aquela paz da alma tão bela que somente Jesus pode dar, somente Ele.

2. No tempo, a celebração deste Sacramento passou de uma forma pública – porque no início se fazia publicamente – àquela pessoal, à forma reservada da Confissão. Isto, porém, não deve fazer perder a matriz eclesial, que constitui o contexto vital. De fato, é a comunidade cristã o lugar no qual se torna presente o Espírito, o qual renova os corações no amor de Deus e faz de todos os irmãos uma só coisa, em Cristo Jesus. Eis então porque não basta pedir perdão ao Senhor na própria mente e no próprio coração, mas é necessário confessar humildemente e com confiança os próprios pecados ao ministro da Igreja. Na celebração deste Sacramento, o sacerdote não representa somente Deus, mas toda a comunidade, que se reconhece na fragilidade de cada um de seus membros, que escuta comovida o seu arrependimento, que se reconcilia com ele, que o encoraja e o acompanha no caminho de conversão e amadurecimento cristão. Alguém pode dizer: eu me confesso somente com Deus. Sim, você pode dizer a Deus “perdoa-me”, e dizer os teus pecados, mas os nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isto é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote. “Mas, padre, eu me envergonho…”. Também a vergonha é boa, é saudável ter um pouco de vergonha, porque envergonhar-se é saudável. Quando uma pessoa não tem vergonha, no meu país dizemos que é um “sem vergonha”: um “sin verguenza”. Mas também a vergonha faz bem, porque nos faz mais humildes e o sacerdote recebe com amor e com ternura esta confissão e em nome de Deus perdoa. Também do ponto de vista humano, para desabafar, é bom falar com o irmão e dizer ao sacerdote estas coisas, que são tão pesadas no meu coração. E alguém sente que desabafa diante de Deus, com a Igreja, com o irmão. Não ter medo da Confissão! Alguém, quando está na fila para confessar-se, sente todas estas coisas, também a vergonha, mas depois quando termina
a Confissão sai livre, grande, belo, perdoado, purificado, feliz. É este o bonito da Confissão! Eu gostaria de perguntar-vos – mas não digam em voz alta, cada um responda no seu coração – quando foi a última vez que você se confessou? Cada um pense… São dois dias, duas semanas, dois anos, vinte anos, quarenta anos? Cada um faça as contas, mas cada um diga a si mesmo: quando foi a última vez que eu me confessei? E se passou tanto tempo, não perder um dia a mais, vá, que o sacerdote será bom. É Jesus ali, e Jesus é o melhor dos sacerdotes, Jesus te recebe, recebe-te com tanto amor. Seja corajoso e vá à Confissão!


3. Queridos amigos, celebrar o Sacramento da Reconciliação significa ser envolvido em um abraço caloroso: é o abraço da infinita misericórdia do Pai. Recordemos aquela bela, bela parábola do filho que foi embora de sua casa com o seu dinheiro da herança; gastou todo o dinheiro e depois quando não tinha mais nada decidiu voltar pra casa, não como filho, mas como servo. Tanta culpa tinha em seu coração e tanta vergonha. A surpresa foi que quando começou a falar, a pedir perdão, o pai não o deixou falar, abraçou-o, beijou-o e fez festa. Mas eu vos digo: toda vez que nós nos confessamos, Deus nos abraça, Deus faz festa! Vamos adiante neste caminho. Que Deus vos abençoe!

quinta-feira, 13 de março de 2014

1º aniversário do pontificado do papa Francisco

O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, convida a todos para que, neste dia em que o Santo padre o Papa Francisco completa um ano de pontificado à frente da Igreja Católica, possamos fazer uma oração pedindo as luzes do Espírito Santo, a alegria do evangelho e o contínuo vigor apostólico ao Sumo Sacerdote.

Veja a carta na íntegra:

1º aniversário do pontificado do papa Francisco

Aos Párocos, Administradores e Vigários Paroquiais da Arquidiocese de São Paulo; a todo o povo da arquidiocese de São Paulo

Caríssimos,
No dia 13 de março, completa-se o primeiro ano de pontificado do Papa Francisco. A sua eleição foi uma graça muito especial que a Providência de deus fez para a Igreja.

Por isso, convido todos para agradecerem a Deus por este primeiro ano de pontificado e para pedir para o Papa Francisco as luzes do Espírito Santo, a alegria do Evangelho e o contínuo vigor apostólico no exercício do seu ministério de Sucessor de Pedro à frente da Igreja de Cristo.

Peço que em todas as celebrações do próximo domingo, dia 09 de março, nas paróquias e comunidades da Arquidiocese de São Paulo, seja feita menção especial desse aniversário e o convite à oração pelo Papa.

Ao mesmo tempo, convido os leigos, religiosos e o clero para participarem da Missa na Catedral da Sé, nas mesmas intenções, no próprio dia 13 de março, às 12h00.

Deus guarde a todos no seu amor! Boa Quaresma e boa preparação para a Páscoa!

Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo

segunda-feira, 10 de março de 2014

A JMJ-2013 DO RIO DE JANEIRO - Exigências e desafios colocados para a Igreja do Brasil e de toda a América Latina

1.Preparação da JMJ-Rio2013
A preparação da JMJ-Rio2013 iniciou logo após a conclusão da Jornada de Madrid. Já no dia 18 de setembro de 2011, a cruz da Jornada e o ícone de Nossa Senhora foram acolhidos, em São Paulo com uma grande manifestação de cerca de 150 mil jovens.
Iniciou-se, então, a peregrinação desses sinais da JMJ por todo o Brasil, percorrendo as 274 circunscrições eclesiásticas do país (dioceses, prelazias territoriais, eparquias e outras), indo ao encontro das realidades mais diversas vividas pelos jovens: paróquias, escolas e universidades, seminários, prisões, locais de recuperação de dependentes químicos, favelas e situações de degrado social.
Em todo lugar, onde os sinais da JMJ passaram, houve manifestações especiais da juventude, de tipo religioso, cultural e social, em preparação à Jornada e a repercussão na opinião pública foi muito boa. A cruz e o ícone da JMJ também foram levados às capitais dos países do Cone Sul da América do Sul (Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile)
Finalmente, a cruz e o ícone de Nossa Senhora foram acolhidos pela arquidiocese do Rio de Janeiro, onde passaram por todas as paróquias, para fazer a motivação dos jovens e das comunidades paroquiais para participarem da JMJ.

2.A Semana Missionária
Aquilo que nas Jornadas precedentes foi denominado como “Pre-Jornada”, no caso da JMJ-Rio2013 foi chamado de “Semana Missionária”; esta foi realizada em todas as dioceses do Brasil, a partir de 15 de julho de 2013. Em muitos lugares, já contou com a presença de delegações estrangeiras; mas o objetivo principal era envolver os jovens locais, de cada diocese e comunidade, na preparação próxima da JMJ.
Nas dioceses, a Semana Missionária envolveu as paróquias, comunidades diversas, congregações religiosas, colégios católicos, movimentos eclesiais e organizações juvenis; só na arquidiocese de São Paulo, acolhemos, durante a Semana Missionária, delegações jovens de 58 países diversos, com mais de 10 mil jovens estrangeiros, acolhidos e hospedados, sobretudo, em casas de famílias. Muitos bispos, sacerdotes e religiosos acompanharam esses jovens.
A acolhida e a hospitalidade fazem parte do espírito da JMJ: abrir as portas da casas requer abrir, primeiro, as portas do coração para acolher na própria vida alguém que nunca se viu nem conheceu antes. “Não negligencieis a hospitalidade”, recomenda a Carta aos Hebreus (cf. Hb 13,2). Foi impressionante a disponibilidade de muitas famílias para acolherem os jovens; estava tudo preparado para acolher até 30 mil hóspedes só na arquidiocese de São Paulo.
Um dos frutos positivos dessa semana missionária foi a percepção da própria Igreja como uma grande família, formada por gente de todos os povos, casa comum, onde se vive a mesma fé e a vida é orientada pelos mesmos caminhos indicados por Deus nos Mandamentos; a Igreja é uma grande comunidade espiritual, onde todos estão profundamente unidos por laços de viva fraternidade espiritual e são membros de um mesmo povo de Deus, no qual ninguém mais deve sentir-se estrangeiro, pois todos têm uma pátria comum e são “concidadãos dos santos” (cf. Ef 2,19).
Outro efeito positivo da Semana Missionária foi a percepção da unidade da fé na mesma Igreja, apesar das diferenças de cultura, raça, língua e nação. Muitos perceberam a beleza de ver que o mesmo Pai Nosso é rezado por pessoas do mundo inteiro, a mesma Missa, a mesma profissão de fé, a mesma esperança, a mesma missão... Todos estão unidos em Cristo e são conduzidos pelo mesmo Pastor visível, em nome do Supremo Pastor.
Na Semana Missionária houve a partilha de experiências da fé comum, o intercâmbio cultural e a ação solidária. Os jovens de muitas Comunidades, apoiados por numerosos voluntários, jovens e adultos, fizeram a experiência da oração junto com os jovens peregrinos dos outros países, muitos dos quais vivem a fé em situações marcadas por enormes desafios e sofrimentos.
Também houve o intercâmbio cultural; os jovens de outros países puderam conhecer de perto algo da cultura brasileira. Por sua vez, os jovens locais tiveram a oportunidade de conhecer algo da cultura dos povos e países dos quais os hóspedes provinham.
Na programação da Semana Missionária havia também iniciativas de solidariedade social, como a visita a doentes e pessoas idosas, obras sociais, iniciativas de recuperação de dependentes químicos, prisioneiros, comunidades de favelas...
A Semana Missionária, realizada em todas as dioceses do Brasil, foi uma experiência nova nas JMJs e, em geral, foi avaliada muito positivamente. Houve um envolvimento significativo de paróquias e outras instituições eclesiais. Houve um novo despertar para o trabalho com a juventude. Foi belo ver a hospitalidade das famílias, apesar da insegurança e violência com que se convive todos os dias. Muitas pessoas e famílias abriram suas casas para acolher hóspedes desconhecidos, mas reconhecidos como irmãos e irmãs em Cristo. E essa capacidade de acolhida e hospitalidade surpreendeu positivamente a muitos.
Os jovens peregrinos, por sua vez, deixaram exemplos de sua fé, alegria e esperança e ajudaram a perceber de maneira mais clara que na Igreja todos são irmãos na grande família de Deus.

3.A semana da JMJ Rio – 23 a 28 de julho de 2013
3.1.As Catequeses
As catequeses foram realizadas, como nas Jornadas anteriores, na 4ª. feira, 5ª. feira e 6ª. feira, em 264 locais diversos e em 25 idiomas. Houve muito boa participação dos jovens peregrinos, salvo nos lugares mais distantes (até 60 km do centro do Rio de Janeiro), onde os jovens precisavam sair muito cedo de suas localidades para participar dos outros eventos da Jornada, no centro da cidade.
Os temas das catequeses foram os mesmos para todos os grupos: 1º dia, 24 de julho, “Sede de esperança, sede de Deus”; 2º dia, 25 de julho, “Ser cristãos significa ser discípulos”; 3º dia, 26 de julho, “Ser missionários: Ide!".

3.2.A presença do papa Francisco
O papa Francisco marcou profundamente a JMJ-Rio2013. Antes de se encontrar com os jovens, ele fez uma peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, onde encontrou numerosos peregrinos, sacerdotes, religiosos e bispos. No Rio de Janeiro, teve ainda vários contatos com autoridades e visitas a locais previstos no programa.
No entanto, o motivo principal de sua viagem ao Brasil foi o encontro com os jovens; com eles, teve 4 momentos marcantes, conforme o programa da JMJ: Acolhida e saudação; Via Crucis; Vigília e Missa de encerramento, com o envio dos jovens. O papa, como um pai e com o coração de pastor, acarinhou e exortou os jovens e se estabeleceu logo uma grande empatia entre eles e o papa, que se dirigiu a eles com uma linguagem direta e fácil, buscando e conseguindo a atenção deles, de maneira extraordinária. E os jovens corresponderam com entusiasmo, enchendo as ruas do Rio e a orla de Copacabana de fé e alegria.
Chamou a atenção para a necessidade de maior solidariedade social, para resolver os problemas da pobreza e da violência no Brasil e no mundo. Alertou os jovens e a todos para não seguirem a mentalidade consumista e para não irem demasiado atrás de coisas que não matam a fome existencial, mas a levar uma vida sóbria e atenta às necessidades do próximo.
O Papa pediu uma Igreja atenta aos jovens, aos quais ela precisa encontrar para lhes comunicar a Boa Nova e a alegria da fé; Igreja deve estar atenta aos jovens, ouvir e dialogar com eles, ajudá-los a se sentirem parte dela. Ao mesmo tempo, nos encontros com os bispos do Brasil e com os diversos responsáveis pelos Departamentos do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), na Missa celebrada com os bispos e padres na catedral do Rio, ele recomendou com palavras claras e incisivas que a Igreja se volte para “as periferias”, as muitas periferias em que vive o homem de hoje.
O Papa insistiu na renovação missionária da Igreja, conforme orientação do Documento de Aparecida; que é preciso renovar a pastoral, com uma renovada atitude amorosa em relação às pessoas, mais que com métodos sofisticados e estruturas sempre mais pesadas e sufocantes. É necessário que a Igreja esteja próxima das pessoas. E pediu muito que os jovens sejam missionários dos outros jovens, exortando-os a não perderem a esperança, mas a serem para o mundo sinais da esperança que brota do Evangelho.
O próprio papa Francisco, durante a JMJ, deu belos exemplos de como a Igreja pode ser missionária e próxima das pessoas, e como pode dirigir-se com franqueza, simplicidade e solicitude amorosa a todos.
No final do encontro, os jovens foram enviados ao mundo como discípulos-missionários, com as mesmas palavras do Evangelho, que serviram de lema para a Jornada: “Ide, fazei discípulos entre todos os povos” (cf Mt 28,10). E o papa Francisco usou três palavras de ordem para enviar os jovens: a) “ide” – os jovens devem ser parte de uma Igreja missionária, uma Igreja “em saída” (cf Evangelii Gaudium), que se coloca em estado permanente de missão; b) “Sem medo” – com parresia, sem medo de fazer brilhar a luz da fé cristã e irradiando a alegria do Evangelho; c) “para servir” – a evangelização é um serviço ao mundo e à humanidade; transmitir as riquezas do Evangelho e da fé da Igreja é um bem para o homem e o convívio social.

3.3.Números da JMJ Rio2013
Durante uma coletiva de imprensa realizada no dia 30 de julho, Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ-Rio2013, apresentou os seguintes dados sobre a JMJ (23-28/07/2013).
No total, mais de 3,5 milhões de pessoas participaram da JMJ-Rio2013, que contou com eventos distribuídos em várias partes da cidade e área metropolitana. A cerimônia de acolhida do Santo Padre, na quinta-feira, 25/07, reuniu 1,2 milhões de pessoas na praia de Copacabana, enquanto a Via-Sacra, no dia 26/07, chegou a 2 milhões. Na vigília, dia 27/07, cerca de 3,5 milhões de jovens estiveram na praia de Copacabana.
O público presente na Missa de envio, dia 28/07, chegou a 3,7 milhões de pessoas, seis vezes maior que o número de presentes na Missa de abertura (600 mil), no dia 24/07. O impacto econômico para a cidade do Rio também foi expressivo. Os visitantes desembolsaram R$ 1,8 bilhões (cerca de U$ 800 milhões), segundo números do Ministério do Turismo.
Foram 427 mil inscrições, de 175 países. Peregrinos inscritos, com hospedagem, alcançaram 356.400, enquanto o número de vagas disponibilizadas para hospedagem em casas de família e várias instituições chegou a 356,4 mil.

3.4.Perfil dos inscritos
A JMJ-Rio2013 contou com uma presença predominante de latino-americanos. Os países com o maior número de inscritos foram, respectivamente, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Chile, Itália, Venezuela, França, Paraguai, Peru e México. Do total dos inscritos internacionais, 72,7% estiveram no Brasil pela primeira vez e 86,9% nunca haviam participado de uma JMJ.
A JMJ-Rio2013 alcançou, não apenas um número recorde de peregrinos, mas a grande maioria deles também saiu satisfeita. Pesquisa do Instituto Ibope Inteligência (civil) mostrou que 95% dos participantes da JMJ saíram satisfeitos ou muito satisfeitos com o evento. Além disso, 93% demonstraram a intenção de participar das próximas edições da JMJ e 98% recomendariam o evento para outros jovens.
De acordo com o mesmo estudo, o perfil dos participantes da JMJ-Rio2013 foi o seguinte: jovens até 24 anos de idade foram maioria. Bem 20% dos peregrinos tinham até 17 anos. Entre 18 e 24 anos, somaram 39%. Os participantes de 25 a 39 anos foram 25%, enquanto os de 40 anos ou mais representaram 15%. Entre os peregrinos inscritos, 55% são do sexo feminino e 45% do sexo masculino.
A maior parte dos jovens que participaram da JMJ-Rio2013 havia concluído um curso de ensino superior (52%); 41% tinham concluído o ensino médio. Apenas 7% possuíam somente o ensino básico. A maior parte (58%) está estudando, enquanto 41% não estão. Os solteiros foram 83% dos peregrinos e os casados, 14%.
Em relação à renda familiar, 35% dos peregrinos recebem de 2 a 5 salários mínimos (U$ 550 a 1.800); 22% recebem de 5 a 10 salários mínimos (U$ 1.800 a 3.600). Os jovens cuja renda é mais de 10 salários mínimos representaram 10%, enquanto aqueles que recebem só até 2 mínimos foram 17%.
Os católicos foram 99% dos participantes da JMJ-Rio2013. Os evangélicos foram cerca de 1%. Bem 58% declararam que vão à Igreja diariamente e 35%, ao menos uma vez por semana.
Os bispos inscritos foram 644, dos quais, 28 eram cardeais. Além disso, foram 7814 sacerdotes inscritos e 632 diáconos. Um total de 100 confessionários foram expostos em vários locais; 4 milhões de hóstias foram produzidas; 800 mil foram usadas somente para a Missa de envio.
Para cobrir a JMJ-Rio2013 em 57 países, foram credenciados 6,4 mil jornalistas.
Ao todo, 60 mil voluntários trabalharam na JMJ; mais de 800 artistas participaram dos atos centrais do programa da JMJ.
Dados interessantes, que chamaram a atenção da opinião pública, por revelarem um elevado senso de cidadania e respeito dos jovens da JMJ, foram os seguintes: a quantidade de lixo gerado durante a JMJ foi muito inferior à de outros eventos de massa, que acontecem em Copacabana, como por exemplo, a festa do réveillon. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana removeu, durante toda a semana da JMJ, 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis. Isso representa cerca de 10% a menos do lixo produzido somente numa noite, na festa da chegada do Ano Novo. Durante toda a semana da JMJ não foi registrado nenhum ato de violência nos âmbitos da JMJ, nem se registrou nenhum caso de assassinato, enquanto em todos os dias do ano acontecem vários assassinatos todos os dias no Rio de Janeiro.

4.JMJ-Rio2013 - Uma experiência de peregrinação
Os jovens da JMJ fizeram a experiência da peregrinação na fé, ao encontro dos outros, de si mesmos e ao encontro de Deus, que os atrai de maneira sutil, mas irresistível, para a meta final da existência humana.
Esta peregrinação também foi movida pela busca de fundamentos sólidos, que dêem consistência e sentido à vida e ao convívio humano, onde as diferenças não sejam vistas como barreiras ou fossos intransponíveis, mas como riquezas a compartilhar. Não é também algo disso que se percebe nas manifestações de povo, que acontecem em muitos lugares, com grande adesão de jovens, que descem às ruas e se colocam em marcha para manifestar suas insatisfações e protestos? Aonde querem chegar os jovens?
Protestam contra o que não está bem na política, na economia, nos serviços públicos, no ordenamento social; acreditam que as coisas podem melhorar e têm vontade de contribuir para isso. Nem sempre os clamores estão plenamente afinados, mas é certo que revelam uma desarmonia profunda no convívio político e social. Há a percepção de uma meta, que não é simplesmente uma praça ou uma grande aglomeração humana... Os jovens dão mostras de que não se satisfazem em navegar na rede, nem se conformam com o tentador aceno da corrupção, do degrado moral e cívico. São peregrinos da verdade, da justiça, do amor, da fraternidade. São sinais de esperança de um mundo novo, que sempre se pode recriar com eles, a partir deles e de seus sonhos e anseios.
Os jovens da JMJ-Rio2013 peregrinaram ao encontro do Cristo Redentor, que os esperava de braços abertos, para o amplexo da vida e da esperança. No final da sua peregrinação, eles encontraram novamente a cruz peregrina, que antes foi ao encontro deles nos muitos espaços e ambientes onde vivem. Cruz de madeira, tosca, nada brilhante, como foi a cruz de Cristo, como são as cruzes que abraçamos cada dia.
Em torno dessa cruz, reuniram-se em milhões, com o Papa Francisco, centenas de bispos e milhares de sacerdotes, para proclamar a sua fé no Deus da vida e da esperança; fé que também é necessariamente um compromisso pessoal e comunitário com a edificação de um mundo melhor, como eles bem o sabem sonhar, movido pelo amor, sem mais violência nem cruzes que esmagam a pessoa.

5.Exigências e desafios colocados para a Igreja do Brasil e de toda a América Latina
O que se pode esperar da JMJ-Rio2013? O mesmo que se espera de um campo semeado: quem pode garantir os frutos? O tempo e a paciência os farão aparecer. Sem semear, não há esperança de colher. Vale a pena investir nos jovens.
A JMJ mostrou o rosto jovem da humanidade, que aspira à fraternidade e à paz; é o rosto da humanidade, chamada a formar uma grande família, onde as diferenças não sejam barreiras, mas fatores de enriquecimento recíproco. A JMJ representou o anúncio profético e apresentou uma imagem dessa única e grande família dos filhos e filhas de Deus, desde agora, já reunidos na Igreja de Cristo.
Para a Igreja no Brasil e, provavelmente, também para os demais países da América Latina, a JMJ-Rio2013 trouxe a consciência renovada sobre a importância da evangelização da juventude, como já tem sido destacado nos Documentos das Conferências Gerais do Episcopado da América Latina e do Caribe, especialmente Aparecida e Santo Domingo. Sem um sério trabalho de evangelização da juventude, o futuro da transmissão da fé e da própria vida eclesial nas nossas Comunidades fica comprometido.
Muitas foram as experiências bonitas realizadas na preparação da JMJ e na sua realização, que são promissoras e merecem todo o apreço. Existem ainda párocos que se dedicam aos jovens; Congregações religiosas e Institutos de Vida Consagrada que zelam pelo seu carisma de trabalho com a juventude e a educação; há um esforço apreciável sendo realizado por Movimentos eclesiais e Novas Comunidades de vida apostólica, que dedicam renovada atenção à evangelização dos jovens.
A JMJ foi muito boa para aqueles que participaram dela e também para tantos outros, que se envolveram, de alguma forma, na sua realização. Esses cresceram na fé, no amor à Igreja e no desejo de testemunhar a alegria do Evangelho no mundo. Nunca se poderia pretender que todos os jovens participassem, embora isso poderia ser muito bom para todos eles. Os que participaram, tornaram-se mensageiros e missionários das lições da JMJ para seus países e comunidades.
No entanto, é preciso reconhecer, com realismo e preocupação, que a grande maioria dos jovens não está em contato com a Igreja e a Igreja não está em contato com eles. A opção preferencial pelos jovens está longe de ser uma realidade na maioria de nossas Comunidades Eclesiais. Impressiona-me ver que estamos praticamente ausentes das escolas, colégios e universidades, onde vive a massa dos jovens. Esperamos que os jovens venham às nossas igrejas e estruturas eclesiais, mas talvez, serão apenas 5% dos jovens que frequentam regularmente nossas paróquias e iniciativas eclesiais! Temos algum trabalho com jovens nas paróquias, mas esse trabalho alcança quantos jovens católicos? Talvez 3 a 5%?
Impressionou-me ver que, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a maior parte dos jovens presentes nos eventos e catequeses promovidos na Semana Missionária e na JMJ não eram os jovens locais, mas hóspedes e peregrinos. Fica a pergunta: até que ponto, de fato, a JMJ conseguiu envolver e motivar os jovens do lugar, que seriam seus primeiros destinatários e beneficiários?! A maioria dos jovens locais ficou indiferente à JMJ.
A JMJ deixa sérias interrogações às nossas Igrejas particulares e organizações eclesiais sobre a evangelização da juventude e sobre o futuro da transmissão da fé da Igreja. Temos urgente necessidade de um novo interesse dos sacerdotes e religiosos, em geral, pelo trabalho com a juventude; muitos sacerdotes, mesmo jovens, sentem-se inseguros e tímidos para trabalhar com os jovens.
Estamos diante do desafio de fazer presença evangelizadora nos ambientes onde, principalmente, vive a juventude: colégios, universidades e outros ambientes. Temos o desafio de lhes propor itinerários de formação humana e cristã. Os jovens de nossas famílias católicas estão se descristianizando e bebendo, sem resistência, as influências do ambiente e da cultura circunstante, muitas vezes em contraste com o Evangelho!
É preciso chamar em causa e encorajar as Congregações religiosas e Institutos de Vida Consagrada, cujo carisma principal é o trabalho com a educação e com a juventude, que acreditem na importância e na urgência de sua dedicação aos jovens, de acordo com seus carismas próprios. Os Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades de vida eclesial podem oferecer uma válida contribuição para a evangelização dos jovens.
Grande parte dos jovens vive em periferias existenciais e nas urbanas pobres das metrópoles e das cidades pequenas, lutando com dificuldades para encontrar seu espaço na vida profissional e social; eles precisam ser apoiados mediante um trabalho social e educativo específico de nossas comunidades eclesiais.
É impressionante ver que a maior parte da população carcerária do Brasil (só do Brasil?!) é formada de jovens que, por várias razões, foram atraídos para o mundo do crime, talvez porque viram aí a opção mais promissora para o seu futuro. Pode ser que os mentores do crime organizado tenham se tornado os verdadeiros mestres, heróis e exemplos para muitos jovens. Isso coloca sérias interrogações sobre os ideais de vida que são propostos para os jovens e nos questiona sobre nosso trabalho evangelizador, para propor aos jovens ideais sérios e altos para sua vida.
Muitos jovens são fascinados pelo consumismo, entretidos o tempo todo com as novas possibilidades de comunicação, extremamente ocupados na busca de seu sucesso profissional e social. Tantas vezes, eles são vítimas de uma cultura de massa, que se lhes impõe de maneira irresistível e os instrumentaliza em função do consumo e da difusão de novos padrões de comportamento e de vida.
Mas não se pode duvidar deque no coração do jovem permanece sempre o desejo de algo bom, grandioso e válido para a realização de sua vida e para a construção de seu futuro. Neste caso, a Igreja tem sempre a possibilidade de encontrar uma porta aberta para entrar no coração dos jovens e para lhes propor Cristo e seu Evangelho, como o bem supremo, a luz e o caminho, que os podem fascinar e preencher sua vida de sentido.

Relato feito na assembléia da Pont. Comissão para a A.Latina em 27.02.2014
Card. Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo

domingo, 9 de março de 2014

Avisos paroquiais

1 – Amanhã (segunda-feira, 10/3) haverá o terço dos homens após a missa das 19h30. Todos os homens da paróquia estão convidados;

2 – Próxima Sexta-Feira, dia 07 de Março, teremos a missa da Penitência às 6h; 

3 – Lembramos que na próxima Sexta-Feira, 7 de março, teremos a via sacra após a missa da noite. A responsabilidade é dos grupos Apostolado/Legião de Maria/Clube de mães/ Grupo de Rua;


4 - Se você tem algum recado de sua pastoral ou achou um texto/ notícia interessante e quer compartilhar conosco, enviei um e-mail para cejsantamarina@gmail.com que podemos publicar aqui no blog.

Leituras da Semana – de 10 a 15 de março

2ªf: Lv 19,1-2.11-18; Sl 18; Mt 25,31-46;

3ªf: Is 55,10-11; Sl 33; Mt 6,7-15;

4ªf: Jn 3,1-10; Sl 50; Lc 11,29-32;

5ªf: Est 4,17n.p-r.aa-bb.gg-hh; Sl 137; Mt 7,7-12;

6ªf: Ez 18,21-28; Sl 129; Mt 5,20-26;


Sáb: Dt 26,16-19; Sl 118; Mt 5,43-48

quinta-feira, 6 de março de 2014

Papa Francisco envia mensagem para a Campanha da Fraternidade 2014

Por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade 2014, que aborda o tema "Fraternidade e Tráfico Humano" e o lema "É para a liberdade que Cristo nos libertou",  o papa Francisco enviou mensagem aos bispos da CNBB e  a todos os fiéis das dioceses, paróquias e comunidades do Brasil. No texto, o papa afirma que o tráfico de pessoas é uma “uma chaga social”.

Confira a íntegra da mensagem:

Queridos brasileiros,
Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recordo a vitória da Páscoa: <<É para a liberdade que Cristo nos libertou>> (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: <<Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!>>. Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõe este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.
Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! <<A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência>> (Discurso aos novos Embaixadores, 12/XII/2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?
Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais... E isso – pasmem! A troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós:<< “Abbá, Pai!”>> (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75).
Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.
Vaticano, 25 de fevereiro de 2014.
Francisco