CEJ Santa Marina

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Blog oficial da Paróquia Coração Eucarístico de Jesus e Santa Marina

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Onde andam os jovens?



Enquanto escrevo este artigo, continuam a chegar notícias e imagens da terrível tragédia ocorrida em Santa Maria (RS), na madrugada deste domingo, dia 27. Mais de 230 mortos confirmados no incêndio da casa noturna. A maioria, jovens estudantes. Santa Maria é uma cidade universitária, com estudantes de todo o Brasil. Muita consternação.

Sofrimento e tristeza imensas abateram-se, de repente, sobre inúmeras famílias, que punham tantas esperanças nos seus filhos jovens, cheios de vida e de ideais. A dor é compartilhada pelo Brasil inteiro; de todos os lados, chegam mensagens de solidariedade, de autoridades políticas, lideranças comunitárias e pessoas comuns do povo: todos gostariam de se manifestar, de fazer algo, de dizer uma palavra de conforto às mães desesperadas diante dos corpos estendidos no chão do ginásio de esportes, para serem reconhecidos e identificados... À distância, nos colocamos em oração silenciosa, a pedir a Deus o conforto pelos que sofrem e a vida eterna para os que a perderam tão precoce e tragicamente para este mundo.

Vida e morte se encontraram numa circunstância inusitada, enquanto os jovens festejavam e se alegravam... Da diversão ao luto, em poucos minutos! Como é possível que aconteçam tragédias semelhantes? As responsabilidades ainda devem ser apuradas, mas tomam sobre si enormes encargos pela segurança, a integridade física e a vida de outras pessoas, aqueles que mantêm semelhantes locais de agregação de massas humanas, sejam os fins que forem; as medidas emergenciais de segurança estavam todas asseguradas e checadas? Espetáculos com elementos de risco estavam autorizados? Os locais estavam devidamente vistoriados e liberados pelas autoridades competentes? Estavam habilitados e treinados aqueles que deviam zelar pela segurança?

Após a tragédia, passado o silêncio respeitoso pelos mortos e aos muitos feridos e enlutados, resta fazer uma reflexão em vários setores: quanto vale a vida humana? Ela pode ser moeda de troca em função de ganhos e lucros? Cada vida humana é única e preciosa, não podendo ser exposta ao perigo, de maneira leviana; mais ainda, quando se pretendem maiores ganhos, com menores despesas em segurança. Semelhantes tragédias, igualmente em casas noturnas de diversão, têm acontecido em outros países também. Não estaria na hora de haver maior vigilância sobre a segurança de tais locais?

Para o Brasil, o motivo de tristeza ainda é maior, justamente neste ano, quando acontecerá a Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro. Há poucas semanas, a cruz da Jornada da Juventude peregrinou por Santa Maria, com a acolhida e a participação entusiasta de milhares de jovens. Talvez, muitos dos que perderam a vida no incêndio estiveram também entre eles... E a juventude é tema da Campanha da Fraternidade, que será aberta na próxima Quaresma: “Juventude e Fraternidade”.

A tragédia de Santa Maria nos motiva a voltarmos nossa atenção com maior empenho para os jovens: que não lhes falte a presença, o estímulo e o bom exemplo dos adultos nas escolhas que devem fazer para a vida; que tenham oportunidades para se preparar bem para assumirem seu lugar na sociedade e seu rumo na vida; que não sejam abandonados, de maneira resignada, aos ideólogos do vazio e da desorientação antropológica e moral, ou aos que investem pesado neles para explorar suas energias jovens e sua vontade de viver em função de manobras ideológicas ou ganhos econômicos, conduzindo-os para os becos sem saída da droga, da corrupção moral e social. Que não recebam apenas propostas vazias e nihilistas para suas vidas, mas orientações e indicações sólidas para a construção de seu futuro.

No Brasil, nós temos neste ano uma chance de ouro para nos dirigirmos aos jovens. São eles que terão nas mãos a responsabilidade pela vida social, logo mais, daqui a poucos anos. E da vida da Igreja também. A Campanha da Fraternidade está às portas e a Jornada Mundial da Juventude já está mobilizando muitas energias jovens pelo Brasil todo. Como faremos para envolver a maioria absoluta dos jovens, que ainda não são alcançados pelas nossas propostas pastorais, nem nossas homilias dominicais, mas que se encontram, aos milhões, nas escolas e universidades e nas casas de diversão, sábados à noite?

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 29.01.2013
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Dom Odilo emite nota de pesar pelos mortos de Santa Maria



O cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, publicou no final da tarde deste domingo, 27, "Nota de pesar e solidariedade" pelo acidente que matou mais de 230 jovens em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. No documento, o arcebispo recomenda a todos os padres da Arquidiocese de São Paulo que celebrem missas em intenção das vítimas do incêndio, bem como pelos feridos e pelos familiares.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Avisos paroquiais



1 – Próxima sexta feira, dia 01 de fevereiro, é a primeira do mês, a missa será às 15h;

2 - Dia 02 de fevereiro (sábado) às 07:30h acontece a missa com a benção das velas;

3 – Dia 02 de fevereiro (sábado) Reunião da Liturgia às 09h30;

4 - Próximo domingo, dia 03 de fevereiro, retorna a missa das 10h30, em todas as missas benção da garganta;

5 - Aqueles que têm ramos guardados podem trazer para preparamos as cinzas;

6 - Após a missa, os jovens, estão vendendo a Rifa em Prol das despesas da Jornada Mundial da Juventude. Colaborem!

7 - Estamos fazendo as inscrições para a Catequese da Crisma. Procurem a secretaria paroquial;

8 - Se você tem algum recado de sua pastoral ou achou um texto/ notícia interessante e quer compartilhar conosco, enviei um e-mail para cejsantamarina@gmail.com que podemos publicar aqui no blog.

Leituras da Semana – de 28 de janeiro a 02 de fevereiro



2ªf: Hb 9,15.24-28; Sl 97; Mc 3,22-30;

3ªf: Hb 10,1-10; Sl 39; Mc 3,31-35;

4ªf: Hb 10,11-18; Sl 109; Mc 4,1-20;

5ªf: Hb 10,19-25; Sl 23; Mc 4,21-25;

6ªf:Hb 10,32-39; Sl 36; Mc 4,26-34;

Sáb: Ml 3,1-4 ou Hb 2,14-18; Sl 23; Lc 2,22-40.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Casa de Repouso ou Asilo



Não importa o nome que damos para essas casas que acolhem os idosos, dentro ou próximo dos limites da nossa paróquia Santa Marina. Importa que sejam nossos irmãos mais velhos ou não, que merecem nosso carinho, atenção e que estão sempre esperando nossas visitas em suas casas. 

Como bom cristão, cada um de nós, neste Ano da FÉ, poderá programar-se para uma visita, um gesto de amor fraterno ao próximo, que está bem perto de nós. A população de nosso bairro cresceu bastante, continua crescendo com as construções de novos edifícios e, consequentemente, a procura dessas casas, por vários motivos, também cresce.

 O horário das visitas normalmente é às quinze horas. Eles, principalmente aqueles que costumavam participar das missas aos domingos em suas comunidades, quando dependiam de si mesmos, agora ficam muito felizes por poder receber a Comunhão Eucarística quando da visita dos Ministros Extraordinários da Eucaristia. Isto acontece a cada quinze dias, aos sábados neste mesmo horário, com apoio de algumas pessoas, entre elas algumas legionárias de Maria que ajudam na preparação desses idosos, formando Grupos de Apoio, para esse momento. 

Há várias casas, mas até o momento atendemos duas casas na Rua Biguaçu, uma na Rua Quiriri e outra na Rua Julio Colaço. Faça sua visita qualquer dia da semana e, se puder, ajude-nos a dar melhor assistência, pois nem todas as casas contam com esse grupo de apoio.

Recebemos mais que ofertamos quando dedicamos o nosso amor ao próximo oferecendo o nosso conforto espiritual.

 Ministro Extraordinário da Eucaristia da Pastoral dos Idosos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Avisos paroquiais



  • Na sexta-feira, dia 25, Solenidade de S.Paulo Apóstolo; as missas serão: às 9h, na Catedral da Sé e às  15h, na Paróquia N.S. da Lapa, pelo jubileu sacerdotal de D.Julio.
  • Após a missa, os jovens, estão vendendo a Rifa em Prol das despesas, da Jornada Mundial da Juventude. Colaborem!
  • Estamos fazendo as inscrições para a Catequese da Crisma. Procurem a secretaria paroquial.

Leituras da Semana – de 21 a 24 de janeiro



2ªf: Hb 5,1-10; Sl 109; Mc 2,18-22;

3ªf: Hb 6,10-20; Sl 110; Mc 2,23-28;

4ªf: Hb 7,1-3.15-17; Sl 109; Mc 3,1-6;

5ªf: Hb 7,25-8,6; Sl 39; Mc 3,7-12;

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Pastoral da Juventude promove debate sobre extermínio de jovens



“Vamos juntos gritar, girar o mundo. Chega de violência e extermínio de jovens!” é o tema da Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens, que vem sendo realizada desde 2009 pelas Pastorais da Juventude.

A Campanha levou à sociedade o debate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, especialmente o extermínio, bem como ao longo dos anos, pressionou o poder público para o enfrentamento da mortalidade juvenil por meio da garantia dos direitos da juventude.

Importante também ressaltar o engajamento de diversas organizações (eclesiais e da sociedade civil), assim como de um grande número de grupos juvenis na construção da Campanha até agora. Nessa articulação uma grande parceria sempre foi a Conferência dos/as Religiosos/as do Brasil (CRB Nacional), envolvendo a vida religiosa na pauta sobre a vida da juventude.

Entretanto, a situação de extrema vulnerabilidade e violência ainda está presente na imensa maioria dos jovens brasileiros/as, com ênfase entre a juventude empobrecida. A firme atuação de todos os segmentos da sociedade civil e do poder público para garantir o direito dos jovens à vida digna e ao seu pleno desenvolvimento deve ser cada vez mais fortalecida.

Deste modo, a ação de conscientização e mobilização da Campanha Nacional contra a violência o extermínio de jovens dá um novo passo:

Para darmos início a esta nova etapa da Campanha, a Pastoral da Juventude (PJ), em parceria com a CRB Nacional, com o apoio da Porticus América Latina e de outras organizações, realizará, de 3 a 5 de maio de 2013, em Brasília/DF, o Seminário Nacional da Campanha contra a violência e o extermínio de jovens, tendo como objetivo desencadear novas ações articuladas com organizações envolvidas na defesa da vida da juventude.

É necessário denunciar o avanço da violência e propor saídas para esta realidade como a ampliação dos direitos humanos e valorização dos marcos da cidadania. O engajamento e fortalecimento dos grupos de jovens para a Campanha Nacional, bem como a capacitação técnica das representações de jovens dos regionais da CNBB, também serão pontos prioritários do Seminário.

Para saber mais sobre o Seminário Nacional, entre em contato com o jovem Coordenador Nacional da Pastoral da Juventude (CNPJ) e/ou o jovem referência do projeto “A Juventude quer viver” do seu regional. Acompanhe também pelas redes sociais da PJ o lançamento, quinzenal, de novos temas norteadores da Campanha. Qualquer dúvida entre em contato conosco. O e-mail da secretaria nacional ( secretarianacional@pj.org.br ) também está disponível para mais informações.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cardeal ressalta a importância do dia 25 de janeiro



Em carta dirigida aos padres, diáconos, religiosos, religiosas e a todos os fiéis da Arquidiocese de São Paulo, no dia 7, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, convidou à participação na missa solene do dia 25, às 9h, na Catedral da Sé, por conta da festa litúrgica do Apóstolo São Paulo, padroeiro da Arquidiocese.

Dom Odilo lembrou que a data, além de feriado civil, aniversário da cidade de São Paulo, deve ser comemorada como uma festa patronal, na qual, conforme prevê a liturgia, devem ser celebradas missas em todas as paróquias. “Conforme já foi divulgado, no mesmo dia 25, os fiéis também podem ganhar a indulgência prevista para o Ano da Fé”, recordou.

O Arcebispo lembrou, ainda, que foi preparado um tríduo para os dias 22, 23 e 24, com a temática do Ano da Fé. “O povo seja orientado a fazer esse tríduo também nas famílias e, talvez, nos grupos de vizinhança e nas organizações pastorais. "Peço mesmo que deem divulgação desse convite ao povo, também pelas mídias sociais disponíveis. Remetam o roteiro do tríduo a quantos puderem nas paróquias e comunidades”, informou o Cardeal.

Dom Odilo também convidou para a participação, na tarde do mesmo dia, às 16h30, na catedral, de um ato inter-religioso “que contará com representantes das Comunidades Judaica e Muçulmana, entre outras, na comemoração dos 50 anos do Concílio, especialmente do Decreto Nostra Aetate, sobre a liberdade religiosa”, disse o Cardeal.

Acesseo roteiro aqui

domingo, 13 de janeiro de 2013

Avisos paroquiais



1 – No dia 26 de janeiro, sábado, teremos a Romaria para Aparecida do Norte, onde celebraremos o Encerramento do Jubileu de Canonização de São Vicente Pallotti, com toda família Palotina do Brasil – o valor da passagem é R$ 45,00 e a saída às 5h30


2 - Após as missas estamos vendendo a Rifa em Prol das despesas da Jornada Mundial da Juventude, contamos com a colaboração de todos.


3 – Inscrições para a Catequese da Crisma estão abertas, procurem a secretaria paroquial.


4 - Se você tem algum recado de sua pastoral ou achou um texto/ notícia interessante e quer compartilhar conosco, enviei um e-mail para cejsantamarina@gmail.com que podemos publicar aqui no blog.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Campanha da Fraternidade será lançada no dia 13 de fevereiro



Será lançada no dia 13 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, mais uma edição da Campanha da Fraternidade (CF). Esse ano o tema será “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8).
Após 21 anos da Campanha da Fraternidade de 1992, que abordou como tema central a juventude, a CF 2013, na sua 50ª edição, terá a mesma temática. A acolhida da temática “juventude” tem como objetivo ter mais um elemento além da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) para fortalecer o desejo de evangelização dos jovens.
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Eduardo Pinheiro, explicou que uma das metas principais da CF de 2013 é olhar a realidade juvenil, compreender a riqueza de suas diversidades, potencialidades e propostas, como também os desafios que provocam atitudes e auxílios aos jovens e aos adultos.
O objetivo geral da CF é acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna, fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz.
“Dentro do sentido da palavra 'acolher' está o valorizar, o respeitar o jovem que vive nesta situação de mudança de época e isso não pode ser esquecido”, destacou o presidente da Comissão da CNBB.
Na arquidiocese de Aparecida (SP), o lançamento da CF 2013 será no dia 31 de janeiro, em Guaratinguetá. A abertura será feita pelo cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno Assis.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Testemunhar Jesus na cidade



Este ano promete muito. Continuamos a viver o Ano da Fé, já iniciado em outubro passado; com toda a Igreja, somos chamados a aprofundar a vida na nossa fé cristã católica e a manifestá-la ao mundo por um testemunho firme, sereno e alegre.

As iniciativas e manifestações do Ano da Fé têm a finalidade de proporcionar uma renovada experiência da nossa fé, mediante o encontro com Deus, por meio de Jesus Cristo. Nossa fé nasce desse encontro e nele se sustenta. Por isso, ela precisa ser realimentada, de muitas maneiras, e também conhecida melhor nas verdades e atitudes que decorrem dessa experiência fundante da fé.

O Catecismo da Igreja Católica deverá ser nosso companheiro diário ao longo deste ano. É nesse livro que a Igreja explica para si mesma, e para quem se interessar, aquilo que ela crê e quais são as consequências desse crer para a vida e a conduta cristã neste mundo. As várias manifestações públicas da fé, programadas para este ano, deverão ajudar a “dizer” a nós e ao mundo aquilo que cremos. Os momentos testemunhais são necessários para manifestar a fé, como a missa dominical, as peregrinações, as festas e solenidades litúrgicas, orações, procissões e manifestações de cultura popular decorrentes da fé cristã. Sem esquecer a vida orientada pela fé, que produz obras de caridade, justiça, solidariedade, respeito e paz...

Ao nosso redor, sempre mais, ouve-se dizer que a fé religiosa e as convicções morais são questões da vida privada e que são toleráveis apenas nesse âmbito, mas que não deveriam ter influência na vida social. Não pensamos assim. Se é verdade que se deve respeitar a consciência alheia e não impor convicções próprias a ninguém, também é verdade que as convicções religiosas e morais não devem ficar restritas à vida privada, mas podem e precisam ser manifestadas abertamente, também para influenciar o convívio social.

As relações sociais, políticas, econômicas e culturais não são um espaço neutro, onde os cidadãos não têm convicções nem as partilham; pelo contrário, é ali que a pluralidade das convicções é confrontada, complementada e enriquecida. O âmbito do convívio social e público não poderia ser monopolizado por certo pensamento único, de algum grupo supostamente detentor do direito de se expressar de modo oficial e politicamente correto. Isso seria o fim da liberdade de pensamento e de manifestação das ideias, que inclui a manifestação religiosa. Seria acabar com as bases do convívio democrático.

Na Arquidiocese de São Paulo, estamos com um novo Plano de Pastoral, cujo título decorre do Ano da Fé: “Arquidiocese de São Paulo, testemunha de Jesus Cristo na Cidade”. O novo plano traz as indicações sobre as urgências que devem mover as iniciativas de evangelização e de pastoral da Arquidiocese nos próximos anos. A partir da fé, perguntamo-nos sobre a razão de ser da presença e ação da Igreja na Metrópole: “sereis minhas testemunhas” (cf At 1,8) – foi essa a síntese do envio missionário feito por Jesus aos Apóstolos.

Também nossa Igreja está na Metrópole com esse mesmo objetivo: testemunhar Jesus Cristo, caminho, verdade e vida; sua presença e ação salvadora; o Evangelho do Reino de Deus por ele anunciado, que é um bem para todos. Testemunhar sua presença samaritana e misericordiosa, sua palavra profética, que faz discernir sobre as muitas situações vividas pela cidade. Testemunhar Jesus Cristo através de cada membro da Igreja, comunidade de discípulos missionários enviados à cidade para ser fermento, sal e luz do Reino de Deus.

Testemunhar Jesus Cristo através de todas as iniciativas religiosas, educacionais, comunicativas e caritativas; através de cada instituição ou organização da Igreja; através de cada igreja e capela, paróquia, convento, mosteiro, escola ou obra social; de cada monumento ou sinal da fé postos na cidade, no centro ou nas periferias, em lugares públicos ou nos espaços reservados. Que tudo possa ajudar a testemunhar Jesus Cristo à cidade e mostrar que é bom e faz bem acolher sua presença salvadora no meio de nós.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 08.01.2013
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

domingo, 6 de janeiro de 2013

Avisos Paroquiais




  • No dia 26 de janeiro, sábado, teremos a Romaria para Aparecida do Norte, onde celebraremos o Encerramento do Jubileu de Canonização de São Vicente Pallotti, com toda família Palotina do Brasil – o valor da passagem é R$ 45,00 e a saída será às 5h30.
  • Estamos vendendo a Rifa em prol das despesas da Jornada Mundial da Juventude, contamos com a colaboração de todos.
  • Os dizimistas que não retiraram os seus envelopes deste ano podem pega-los após as missas.
  • As inscrições para a Catequese da Crisma estão abertas, procurem a secretaria paroquial.
  • A missa de sétimo dia do Sr. Joaquim (esposo da Sra. Roseli) será no próximo domingo (13/01) às 9h.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Comunicado de Falecimento

Comunicamos com pesar o falecimento de nosso paroquiano Sr. Joaquim (esposo da Sra. Roseli). Durante sua vida, Joaquim desenvolveu um trabalho muito importante em nossa comunidade, atuando em diversas atividades como ECC, na Festa dos Padroeiros entre outras. Ele está sendo velado no cemitério da Quarta Parada. O sepultamento acontece hoje, às 15h30, no mesmo cemitério.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

JMJ 2013: Começou o ano da Juventude!



O Ano da Juventude começou e, logo no primeiro dia, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Eduardo Pinheiro da Silva, publicou uma carta aberta a todos os vigários paroquiais e presbíteros do país.

Na carta, dom Eduardo fala sobre a garantia histórica do espaço adquirido pela juventude dentro da Igreja ao longo dos anos e do grande encontro de 2013, a Jornada Mundial da Juventude.

Leia a íntegra da carta de dom Eduardo:

Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.

“Serão vocês, jovens, que recolherão a tocha das mãos dos seus antepassados e viverão no mundo no momento das mais gigantescas transformações”.

Com esta afirmação profética e mensagem de confiança, o Papa Paulo VI, na conclusão do Concílio Vaticano II em 1963, se dirigia aos jovens e, quem sabe, a muitos de vocês, que hoje são sacerdotes e religiosos. Passados estes cinquenta anos, vislumbramos estas gigantescas transformações incidindo principalmente na vida dos jovens. Junto aos benefícios, a tão falada “mudança de época” tem trazido grandes desafios para a realização de sua vida e o amadurecimento da sua vocação de discípulos missionários. No final de sua reflexão, o Papa ainda afirmava sobre a perene missão da Igreja de garantir a novidade dos tempos: “A Igreja olha para vocês com confiança e com amor. [...] Ela é a verdadeira juventude do mundo”. Certamente, a partir desta convicção e motivação os pronunciamentos posteriores de nossa Igreja latino-americana e brasileira se encheram de coragem para garantir em sua história um espaço privilegiado para a juventude.

E agora estamos aqui, às portas de 2013, um ano todo especial para a Igreja do Brasil que deseja entender melhor a vontade de Deus por meio da vida, da fala, da presença, da participação dos jovens em seu meio! Propomo-nos a acreditar mais nos jovens, como agentes de transformação, sujeitos de direitos, amigos privilegiados de Jesus Cristo, verdadeiros missionários entre os próprios colegas.

Em 2013, emprestemos os olhos dos jovens para enxergar com mais realismo os sofrimentos do mundo e as belezas do tempo presente! Escutemos com seus ouvidos o cântico que gera esperança e o grito daqueles que não conseguem nem mesmo gritar! Abramos nossas bocas e escancaremos palavras de incentivo aos jovens, convocando-os a se sentarem no lugar que por tanto tempo, em muitos ambientes, ficou vazio por nossa culpa! Afinemos nosso olfato para sentir o perfume da vida de tantos jovens que buscam viver com coerência sua vida de cristão e cidadão, exalando o desejo de santidade pessoal, de fraternidade universal, de sociedade sem misérias e violências! Aproximemos o nosso coração ao coração deles para nos renovarmos no ardor pela vida, na sensibilidade pelo presente, na paixão pelas pequenas coisas, na exigência pela verdade, na vibração pela vocação assumida. Sintamos nossas mãos agindo pelas mãos dos jovens! Caminhemos pelos novos areópagos que somente os jovens podem nos mostrar! Com eles, ousemos mudar aquelas estruturas arcaicas que não só não falam mais aos jovens, mas também não falam mais de Deus e de seu projeto de Reino.

Deus está nos abençoando com este “ano novo da juventude”: Campanha da Fraternidade, Jornada Mundial da Juventude, Semana Missionária! Cresce o interesse em priorizar este tema nas dioceses, paróquias, comunidades, congregações religiosas, etc. Estamos certos de que não somente a juventude será beneficiada com as nossas novas atitudes, projetos, mentalidades, mas a própria Igreja que é chamada a se espelhar nela para manter viva a chama e o compromisso de amar sem limites, a todos e com tudo. Sem dúvida, as novas gerações necessitam da Igreja; mas Ela não conseguirá cumprir plenamente sua missão se não se render à perene novidade do Espírito Santo que fala a todos, mas quer passar de um modo todo particular pela vida, linguagem, cultura, coração dos jovens que, na sua essência, são capazes de quebrar barreiras, ousar novidades, agir apaixonadamente, amar sem medida, sacrificar-se pelas grandes causas, viver cada instante presente como se fosse único. Os jovens têm muito a nos ensinar; é só estarmos ao seu lado e dizer-lhes: “chamo-vos amigos”, os amamos com o coração de Cristo, o eternamente jovem e portador de novidade!

Feliz Ano Novo nas asas do Espírito Santo que nos garante a paz e nos conduzirá às urgentes novidades, no aconchego dos braços de Maria, Mãe de Deus e nossa, no coração dos jovens que nos aguardam ansiosos por novas batidas de amor.

Dom Eduardo Pinheiro da Silva
Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2013




MENSAGEM
DIA MUNDIAL DA PAZ
1º DE JANEIRO DE 2013
BEM-AVENTURADOS OS OBREIROS DA PAZ


1. Cada ano novo traz consigo a expectativa de um mundo melhor. Nesta perspectiva, peço a Deus, Pai da humanidade, que nos conceda a concórdia e a paz a fim de que possam tornar-se realidade, para todos, as aspirações duma vida feliz e próspera. 

À distância de 50 anos do início do Concílio Vaticano II, que permitiu dar mais força à missão da Igreja no mundo, anima constatar como os cristãos, Povo de Deus em comunhão com Ele e caminhando entre os homens, se comprometem na história compartilhando alegrias e esperanças, tristezas e angústias, anunciando a salvação de Cristo e promovendo a paz para todos.

Na realidade o nosso tempo, caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, requer um renovado e concorde empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo.

Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado. Além de variadas formas de terrorismo e criminalidade internacional, põem em perigo a paz aqueles fundamentalismos e fanatismos que distorcem a verdadeira natureza da religião, chamada a favorecer a comunhão e a reconciliação entre os homens.

E no entanto as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus.

Tudo isso me sugeriu buscar inspiração, para esta Mensagem, às palavras de Jesus Cristo: «Bem--aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9).

A bem-aventurança evangélica

2. As bem-aventuranças proclamadas por Jesus (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 20-23) são promessas. Com efeito, na tradição bíblica, a bem-aventurança é um género literário que traz sempre consigo uma boa nova, ou seja um evangelho, que culmina numa promessa. Assim, as bem-aventuranças não são meras recomendações morais, cuja observância prevê no tempo devido – um tempo localizado geralmente na outra vida – uma recompensa, ou seja, uma situação de felicidade futura; mas consistem sobretudo no cumprimento duma promessa feita a quantos se deixam guiar pelas exigências da verdade, da justiça e do amor. Frequentemente, aos olhos do mundo, aqueles que confiam em Deus e nas suas promessas aparecem como ingénuos ou fora da realidade; ao passo que Jesus lhes declara que já nesta vida – e não só na outra – se darão conta de serem filhos de Deus e que, desde o início e para sempre, Deus está totalmente solidário com eles. Compreenderão que não se encontram sozinhos, porque Deus está do lado daqueles que se comprometem com a verdade, a justiça e o amor. Jesus, revelação do amor do Pai, não hesita em oferecer-Se a Si mesmo em sacrifício. Quando se acolhe Jesus Cristo, Homem-Deus, vive-se a jubilosa experiência de um dom imenso: a participação na própria vida de Deus, isto é, a vida da graça, penhor duma vida plenamente feliz. De modo particular, Jesus Cristo dá-nos a paz verdadeira, que nasce do encontro confiante do homem com Deus.

A bem-aventurança de Jesus diz que a paz é, simultaneamente, dom messiânico e obra humana. Na verdade, a paz pressupõe um humanismo aberto à transcendência; é fruto do dom recíproco, de um mútuo enriquecimento, graças ao dom que provém de Deus e nos permite viver com os outros e para os outros. A ética da paz é uma ética de comunhão e partilha. Por isso, é indispensável que as várias culturas de hoje superem antropologias e éticas fundadas sobre motivos teorico-práticos meramente subjectivistas e pragmáticos, em virtude dos quais as relações da convivência se inspiram em critérios de poder ou de lucro, os meios tornam-se fins, e vice-versa, a cultura e a educação concentram-se apenas nos instrumentos, na técnica e na eficiência. Condição preliminar para a paz é o desmantelamento da ditadura do relativismo e da apologia duma moral totalmente autónoma, que impede o reconhecimento de quão imprescindível seja a lei moral natural inscrita por Deus na consciência de cada homem. A paz é construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus. Como lembra o Salmo 29, « o Senhor dá força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com a paz » (v. 11).

A paz: dom de Deus e obra do homem
3. A paz envolve o ser humano na sua integridade e supõe o empenhamento da pessoa inteira: é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação. Como escreveu o Beato João XXIII na Encíclica Pacem in terris – cujo cinquentenário terá lugar dentro de poucos meses –, a paz implica principalmente a construção duma convivência humana baseada na verdade, na liberdade, no amor e na justiça.A negação daquilo que constitui a verdadeira natureza do ser humano, nas suas dimensões essenciais, na sua capacidade intrínseca de conhecer a verdade e o bem e, em última análise, o próprio Deus, põe em perigo a construção da paz. Sem a verdade sobre o homem, inscrita pelo Criador no seu coração, a liberdade e o amor depreciam-se, a justiça perde a base para o seu exercício.

Para nos tornarmos autênticos obreiros da paz, são fundamentais a atenção à dimensão transcendente e o diálogo constante com Deus, Pai misericordioso, pelo qual se implora a redenção que nos foi conquistada pelo seu Filho Unigénito. Assim o homem pode vencer aquele germe de obscurecimento e negação da paz que é o pecado em todas as suas formas: egoísmo e violência, avidez e desejo de poder e domínio, intolerância, ódio e estruturas injustas.

A realização da paz depende sobretudo do reconhecimento de que somos, em Deus, uma única família humana. Esta, como ensina a Encíclica Pacem in terris, está estruturada mediante relações interpessoais e instituições sustentadas e animadas por um «nós» comunitário, que implica uma ordem moral, interna e externa, na qual se reconheçam sinceramente, com verdade e justiça, os próprios direitos e os próprios deveres para com os demais. A paz é uma ordem de tal modo vivificada e integrada pelo amor, que se sentem como próprias as necessidades e exigências alheias, que se fazem os outros comparticipantes dos próprios bens e que se estende sempre mais no mundo a comunhão dos valores espirituais. É uma ordem realizada na liberdade, isto é, segundo o modo que corresponde à dignidade de pessoas que, por sua própria natureza racional, assumem a responsabilidade do próprio agir.

A paz não é um sonho, nem uma utopia; a paz é possível. Os nossos olhos devem ver em profundidade, sob a superfície das aparências e dos fenómenos, para vislumbrar uma realidade positiva que existe nos corações, pois cada homem é criado à imagem de Deus e chamado a crescer contribuindo para a edificação dum mundo novo. Na realidade, através da encarnação do Filho e da redenção por Ele operada, o próprio Deus entrou na história e fez surgir uma nova criação e uma nova aliança entre Deus e o homem (cf. Jr 31, 31-34), oferecendo-nos a possibilidade de ter « um coração novo e um espírito novo » (cf. Ez 36, 26).

Por isso mesmo, a Igreja está convencida de que urge um novo anúncio de Jesus Cristo, primeiro e principal factor do desenvolvimento integral dos povos e também da paz. Na realidade, Jesus é a nossa paz, a nossa justiça, a nossa reconciliação (cf. Ef 2, 14; 2 Cor 5, 18). O obreiro da paz, segundo a bem--aventurança de Jesus, é aquele que procura o bem do outro, o bem pleno da alma e do corpo, no tempo presente e na eternidade.

A partir deste ensinamento, pode-se deduzir que cada pessoa e cada comunidade – religiosa, civil, educativa e cultural – é chamada a trabalhar pela paz. Esta consiste, principalmente, na realização do bem comum das várias sociedades, primárias e intermédias, nacionais, internacionais e a mundial. Por isso mesmo, pode-se supor que os caminhos para a implementação do bem comum sejam também os caminhos que temos de seguir para se obter a paz.

Obreiros da paz são aqueles que amam,defendem e promovem a vida na sua integridade
4. Caminho para a consecução do bem comum e da paz é, antes de mais nada, o respeito pela vida humana, considerada na multiplicidade dos seus aspectos, a começar da concepção, passando pelo seu desenvolvimento até ao fim natural. Assim, os verdadeiros obreiros da paz são aqueles que amam, defendem e promovem a vida humana em todas as suas dimensões: pessoal, comunitária e transcendente. A vida em plenitude é o ápice da paz. Quem deseja a paz não pode tolerar atentados e crimes contra a vida.

Aqueles que não apreciam suficientemente o valor da vida humana, chegando a defender, por exemplo, a liberalização do aborto, talvez não se dêem conta de que assim estão a propor a prossecução duma paz ilusória. A fuga das responsabilidades, que deprecia a pessoa humana, e mais ainda o assassinato de um ser humano indefeso e inocente nunca poderão gerar felicidade nem a paz. Na verdade, como se pode pensar em realizar a paz, o desenvolvimento integral dos povos ou a própria salvaguarda do ambiente, sem estar tutelado o direito à vida dos mais frágeis, a começar pelos nascituros? Qualquer lesão à vida, de modo especial na sua origem, provoca inevitavelmente danos irreparáveis ao desenvolvimento, à paz, ao ambiente. Tão pouco é justo codificar ardilosamente falsos direitos ou opções que, baseados numa visão redutiva e relativista do ser humano e com o hábil recurso a expressões ambíguas tendentes a favorecer um suposto direito ao aborto e à eutanásia, ameaçam o direito fundamental à vida.

Também a estrutura natural do matrimónio, como união entre um homem e uma mulher, deve ser reconhecida e promovida contra as tentativas de a tornar, juridicamente, equivalente a formas radicalmente diversas de união que, na realidade, a prejudicam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu carácter peculiar e a sua insubstituível função social.

Estes princípios não são verdades de fé, nem uma mera derivação do direito à liberdade religiosa; mas estão inscritos na própria natureza humana – sendo reconhecíveis pela razão – e consequentemente comuns a toda a humanidade. Por conseguinte, a acção da Igreja para os promover não tem carácter confessional, mas dirige-se a todas as pessoas, independentemente da sua filiação religiosa. Tal acção é ainda mais necessária quando estes princípios são negados ou mal entendidos, porque isso constitui uma ofensa contra a verdade da pessoa humana, uma ferida grave infligida à justiça e à paz.

Por isso, uma importante colaboração para a paz é dada também pelos ordenamentos jurídicos e a administração da justiça quando reconhecem o direito ao uso do princípio da objecção de consciência face a leis e medidas governamentais que atentem contra a dignidade humana, como o aborto e a eutanásia.

Entre os direitos humanos basilares mesmo para a vida pacífica dos povos, conta-se o direito dos indivíduos e comunidades à liberdade religiosa. Neste momento histórico, torna-se cada vez mais importante que este direito seja promovido não só negativamente, como liberdade de – por exemplo, de obrigações e coacções quanto à liberdade de escolher a própria religião –, mas também positivamente, nas suas várias articulações, como liberdade para: por exemplo, para testemunhar a própria religião, anunciar e comunicar a sua doutrina; para realizar actividades educativas, de beneficência e de assistência que permitem aplicar os preceitos religiosos; para existir e actuar como organismos sociais, estruturados de acordo com os princípios doutrinais e as finalidades institucionais que lhe são próprias. Infelizmente vão-se multiplicando, mesmo em países de antiga tradição cristã, os episódios de intolerância religiosa, especialmente contra o cristianismo e aqueles que se limitam a usar os sinais identificadores da própria religião.

O obreiro da paz deve ter presente também que as ideologias do liberalismo radical e da tecnocracia insinuam, numa percentagem cada vez maior da opinião pública, a convicção de que o crescimento económico se deve conseguir mesmo à custa da erosão da função social do Estado e das redes de solidariedade da sociedade civil, bem como dos direitos e deveres sociais. Ora, há que considerar que estes direitos e deveres são fundamentais para a plena realização de outros, a começar pelos direitos civis e políticos.

E, entre os direitos e deveres sociais actualmente mais ameaçados, conta-se o direito ao trabalho. Isto é devido ao facto, que se verifica cada vez mais, de o trabalho e o justo reconhecimento do estatuto jurídico dos trabalhadores não serem adequadamente valorizados, porque o crescimento económico dependeria sobretudo da liberdade total dos mercados. Assim o trabalho é considerado uma variável dependente dos mecanismos económicos e financeiros. A propósito disto, volto a afirmar que não só a dignidade do homem mas também razões económicas, sociais e políticas exigem que se continue « a perseguir como prioritário o objectivo do acesso ao trabalho para todos, ou da sua manutenção ».4 Para se realizar este ambicioso objectivo, é condição preliminar uma renovada apreciação do trabalho, fundada em princípios éticos e valores espirituais, que revigore a sua concepção como bem fundamental para a pessoa, a família, a sociedade. A um tal bem corresponde um dever e um direito, que exigem novas e ousadas políticas de trabalho para todos.

Construir o bem da paz através de um novo modelo de desenvolvimento e de economia
5. De vários lados se reconhece que, hoje, é necessário um novo modelo de desenvolvimento e também uma nova visão da economia. Quer um desenvolvimento integral, solidário e sustentável, quer o bem comum exigem uma justa escala de bens-valores, que é possível estruturar tendo Deus como referência suprema. Não basta ter à nossa disposição muitos meios e muitas oportunidades de escolha, mesmo apreciáveis; é que tanto os inúmeros bens em função do desenvolvimento como as oportunidades de escolha devem ser empregues de acordo com a perspectiva duma vida boa, duma conduta recta, que reconheça o primado da dimensão espiritual e o apelo à realização do bem comum. Caso contrário, perdem a sua justa valência, acabando por erguer novos ídolos.

Para sair da crise financeira e económica actual, que provoca um aumento das desigualdades, são necessárias pessoas, grupos, instituições que promovam a vida, favorecendo a criatividade humana para fazer da própria crise uma ocasião de discernimento e de um novo modelo económico. O modelo que prevaleceu nas últimas décadas apostava na busca da maximização do lucro e do consumo, numa óptica individualista e egoísta que pretendia avaliar as pessoas apenas pela sua capacidade de dar resposta às exigências da competitividade. Olhando de outra perspectiva, porém, o sucesso verdadeiro e duradouro pode ser obtido com a dádiva de si mesmo, dos seus dotes intelectuais, da própria capacidade de iniciativa, já que o desenvolvimento económico suportável, isto é, autenticamente humano tem necessidade do princípio da gratuidade como expressão de fraternidade e da lógica do dom. Concretamente na actividade económica, o obreiro da paz aparece como aquele que cria relações de lealdade e reciprocidade com os colaboradores e os colegas, com os clientes e os usuários. Ele exerce a actividade económica para o bem comum, vive o seu compromisso como algo que ultrapassa o interesse próprio, beneficiando as gerações presentes e futuras. Deste modo sente-se a trabalhar não só para si mesmo, mas também para dar aos outros um futuro e um trabalho dignos.

No âmbito econômico, são necessárias – especialmente por parte dos Estados – políticas de desenvolvimento industrial e agrícola que tenham a peito o progresso social e a universalização de um Estado de direito e democrático. Fundamental e imprescindível é também a estruturação ética dos mercados monetário, financeiro e comercial; devem ser estabilizados e melhor coordenados e controlados, de modo que não causem dano aos mais pobres. A solicitude dos diversos obreiros da paz deve ainda concentrar-se – com mais determinação do que tem sido feito até agora – na consideração da crise alimentar, muito mais grave do que a financeira. O tema da segurança das provisões alimentares voltou a ser central na agenda política internacional, por causa de crises relacionadas, para além do mais, com as bruscas oscilações do preço das matérias--primas agrícolas, com comportamentos irresponsáveis por parte de certos agentes económicos e com um controle insuficiente por parte dos Governos e da comunidade internacional. Para enfrentar semelhante crise, os obreiros da paz são chamados a trabalhar juntos em espírito de solidariedade, desde o nível local até ao internacional, com o objectivo de colocar os agricultores, especialmente nas pequenas realidades rurais, em condições de poderem realizar a sua actividade de modo digno e sustentável dos pontos de vista social, ambiental e económico.

Educação para uma cultura da paz:o papel da família e das instituições
6. Desejo veementemente reafirmar que os diversos obreiros da paz são chamados a cultivar a paixão pelo bem comum da família e pela justiça social, bem como o empenho por uma válida educação social.

Ninguém pode ignorar ou subestimar o papel decisivo da família, célula básica da sociedade, dos pontos de vista demográfico, ético, pedagógico, económico e político. Ela possui uma vocação natural para promover a vida: acompanha as pessoas no seu crescimento e estimula-as a enriquecerem-se entre si através do cuidado recíproco. De modo especial, a família cristã guarda em si o primordial projecto da educação das pessoas segundo a medida do amor divino. A família é um dos sujeitos sociais indispensáveis para a realização duma cultura da paz. É preciso tutelar o direito dos pais e o seu papel primário na educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos moral e religioso. Na família, nascem e crescem os obreiros da paz, os futuros promotores duma cultura da vida e do amor.

Nesta tarefa imensa de educar para a paz, estão envolvidas de modo particular as comunidades dos crentes. A Igreja toma parte nesta grande responsabilidade através da nova evangelização, que tem como pontos de apoio a conversão à verdade e ao amor de Cristo e, consequentemente, o renascimento espiritual e moral das pessoas e das sociedades. O encontro com Jesus Cristo plasma os obreiros da paz, comprometendo-os na comunhão e na superação da injustiça.

Uma missão especial em prol da paz é desempenhada pelas instituições culturais, escolásticas e universitárias. Delas se requer uma notável contribuição não só para a formação de novas gerações de líderes, mas também para a renovação das instituições públicas, nacionais e internacionais. Podem também contribuir para uma reflexão científica que radique as actividades económicas e financeiras numa sólida base antropológica e ética. O mundo actual, particularmente o mundo da política, necessita do apoio dum novo pensamento, duma nova síntese cultural, para superar tecnicismos e harmonizar as várias tendências políticas em ordem ao bem comum. Este, visto como conjunto de relações interpessoais e instituições positivas ao serviço do crescimento integral dos indivíduos e dos grupos, está na base de toda a verdadeira educação para a paz.

Uma pedagogia do obreiro da paz
7. Concluindo, há necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz. Esta requer uma vida interior rica, referências morais claras e válidas, atitudes e estilos de vida adequados. Com efeito, as obras de paz concorrem para realizar o bem comum e criam o interesse pela paz, educando para ela. Pensamentos, palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz, uma atmosfera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso, é necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz, a viverem mais de benevolência que de mera tolerância. Incentivo fundamental será « dizer não à vingança, reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas sem as buscar e, finalmente, perdoar »,7 de modo que os erros e as ofensas possam ser verdadeiramente reconhecidos a fim de caminhar juntos para a reconciliação. Isto requer a difusão duma pedagogia do perdão. Na realidade, o mal vence-se com o bem, e a justiça deve ser procurada imitando a Deus Pai que ama todos os seus filhos (cf. Mt 5, 21-48). É um trabalho lento, porque supõe uma evolução espiritual, uma educação para os valores mais altos, uma visão nova da história humana. É preciso renunciar à paz falsa, que prometem os ídolos deste mundo, e aos perigos que a acompanham; refiro-me à paz que torna as consciências cada vez mais insensíveis, que leva a fechar-se em si mesmo, a uma existência atrofiada vivida na indiferença. Ao contrário, a pedagogia da paz implica serviço, compaixão, solidariedade, coragem e perseverança.

Jesus encarna o conjunto destas atitudes na sua vida até ao dom total de Si mesmo, até «perder a vida» (cf. Mt 10, 39; Lc 17, 33; Jo 12, 25). E promete aos seus discípulos que chegarão, mais cedo ou mais tarde, a fazer a descoberta extraordinária de que falamos no início: no mundo, está presente Deus, o Deus de Jesus Cristo, plenamente solidário com os homens. Neste contexto, apraz-me lembrar a oração com que se pede a Deus para fazer de nós instrumentos da sua paz, a fim de levar o seu amor onde há ódio, o seu perdão onde há ofensa, a verdadeira fé onde há dúvida. Por nossa vez pedimos a Deus, juntamente com o Beato João XXIII, que ilumine os responsáveis dos povos para que, junto com a solicitude pelo justo bem-estar dos próprios concidadãos, garantam e defendam o dom precioso da paz; inflame a vontade de todos para superarem as barreiras que dividem, reforçarem os vínculos da caridade mútua, compreenderem os outros e perdoarem aos que lhes tiverem feito injúrias, de tal modo que, em virtude da sua acção, todos os povos da terra se tornem irmãos e floresça neles e reine para sempre a tão suspirada paz.

Com esta invocação, faço votos de que todos possam ser autênticos obreiros e construtores da paz, para que a cidade do homem cresça em concórdia fraterna, na prosperidade e na paz.

Vaticano, 8 de Dezembro de 2012.