O Ano da Juventude
começou e, logo no primeiro dia, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom
Eduardo Pinheiro da Silva, publicou uma carta aberta a todos os vigários
paroquiais e presbíteros do país.
Na carta, dom
Eduardo fala sobre a garantia histórica do espaço adquirido pela juventude
dentro da Igreja ao longo dos anos e do grande encontro de 2013, a Jornada
Mundial da Juventude.
Leia a íntegra da
carta de dom Eduardo:
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.
“Serão vocês,
jovens, que recolherão a tocha das mãos dos seus antepassados e viverão no
mundo no momento das mais gigantescas transformações”.
Com esta
afirmação profética e mensagem de confiança, o Papa Paulo VI, na conclusão do
Concílio Vaticano II em 1963, se dirigia aos jovens e, quem sabe, a muitos de
vocês, que hoje são sacerdotes e religiosos. Passados estes cinquenta anos,
vislumbramos estas gigantescas transformações incidindo principalmente na vida
dos jovens. Junto aos benefícios, a tão falada “mudança de época” tem trazido
grandes desafios para a realização de sua vida e o amadurecimento da sua vocação
de discípulos missionários. No final de sua reflexão, o Papa ainda afirmava
sobre a perene missão da Igreja de garantir a novidade dos tempos: “A Igreja
olha para vocês com confiança e com amor. [...] Ela é a verdadeira juventude do
mundo”. Certamente, a partir desta convicção e motivação os pronunciamentos
posteriores de nossa Igreja latino-americana e brasileira se encheram de
coragem para garantir em sua história um espaço privilegiado para a juventude.
E agora estamos
aqui, às portas de 2013, um ano todo especial para a Igreja do Brasil que
deseja entender melhor a vontade de Deus por meio da vida, da fala, da
presença, da participação dos jovens em seu meio! Propomo-nos a acreditar mais
nos jovens, como agentes de transformação, sujeitos de direitos, amigos
privilegiados de Jesus Cristo, verdadeiros missionários entre os próprios
colegas.
Em 2013,
emprestemos os olhos dos jovens para enxergar com mais realismo os sofrimentos
do mundo e as belezas do tempo presente! Escutemos com seus ouvidos o cântico que
gera esperança e o grito daqueles que não conseguem nem mesmo gritar! Abramos
nossas bocas e escancaremos palavras de incentivo aos jovens, convocando-os a
se sentarem no lugar que por tanto tempo, em muitos ambientes, ficou vazio por
nossa culpa! Afinemos nosso olfato para sentir o perfume da vida de tantos
jovens que buscam viver com coerência sua vida de cristão e cidadão, exalando o
desejo de santidade pessoal, de fraternidade universal, de sociedade sem
misérias e violências! Aproximemos o nosso coração ao coração deles para nos
renovarmos no ardor pela vida, na sensibilidade pelo presente, na paixão pelas
pequenas coisas, na exigência pela verdade, na vibração pela vocação assumida.
Sintamos nossas mãos agindo pelas mãos dos jovens! Caminhemos pelos novos
areópagos que somente os jovens podem nos mostrar! Com eles, ousemos mudar
aquelas estruturas arcaicas que não só não falam mais aos jovens, mas também
não falam mais de Deus e de seu projeto de Reino.
Deus está nos
abençoando com este “ano novo da juventude”: Campanha da Fraternidade, Jornada
Mundial da Juventude, Semana Missionária! Cresce o interesse em priorizar este
tema nas dioceses, paróquias, comunidades, congregações religiosas, etc.
Estamos certos de que não somente a juventude será beneficiada com as nossas
novas atitudes, projetos, mentalidades, mas a própria Igreja que é chamada a se
espelhar nela para manter viva a chama e o compromisso de amar sem limites, a
todos e com tudo. Sem dúvida, as novas gerações necessitam da Igreja; mas Ela não
conseguirá cumprir plenamente sua missão se não se render à perene novidade do
Espírito Santo que fala a todos, mas quer passar de um modo todo particular
pela vida, linguagem, cultura, coração dos jovens que, na sua essência, são
capazes de quebrar barreiras, ousar novidades, agir apaixonadamente, amar sem
medida, sacrificar-se pelas grandes causas, viver cada instante presente como
se fosse único. Os jovens têm muito a nos ensinar; é só estarmos ao seu lado e
dizer-lhes: “chamo-vos amigos”, os amamos com o coração de Cristo, o
eternamente jovem e portador de novidade!
Feliz Ano Novo
nas asas do Espírito Santo que nos garante a paz e nos conduzirá às urgentes
novidades, no aconchego dos braços de Maria, Mãe de Deus e nossa, no coração
dos jovens que nos aguardam ansiosos por novas batidas de amor.
Dom Eduardo Pinheiro da Silva
Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
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