Os bispos
reunidos em Roma aprovaram nesta sexta-feira, 26, a Mensagem do Sínodo dos
Bispos para o Povo de Deus. O texto foi apresentado ao público na Sala de
Imprensa da Santa Sé. Ao todo, são onze páginas de reflexões apresentadas em
língua italiana.
No texto, divido
em 14 pontos, os padres sinodais afirmam que conduzir os homens e as mulheres
do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito a todas as regiões do
mundo, de antiga e recente evangelização.
Este caminho
começa a partir do encontro pessoal com Jesus Cristo e com a escuta das
Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de tudo, colocar-se
à escuta da Palavra”, escrevem os padres sinodais.
Nova
evangelização
Olhando de
maneira mais concreta ao contexto da nova evangelização, o Sínodo recorda a
necessidade de reavivar a fé, que corre o risco de apagar-se nos atuais
contextos culturais, também contra o enfraquecimento da fé em muitos batizados.
O encontro com o Senhor, que revela Deus como amor, só acontece na Igreja como
forma de comunidade acolhedora e experiência de comunhão; a partir daqui,
então, os cristãos passam a ser testemunhas em outros lugares.
Contudo, a Igreja
afirma que, para evangelizar, é necessário, antes de tudo, ser evangelizado e
lançar um chamado – começando por si mesma – à conversão, porque a debilidade
dos discípulos de Jesus pesam sobre a credibilidade da missão.
A mensagem também
cita que a nova evangelização acolhe favoravelmente a cooperação com outras
Igrejas e comunidades eclesiais, também elas movidas pelo mesmo espírito de
anúncio do Evangelho. Presta-se particular atenção aos jovens, em uma
perspectiva de escuta e de diálogo para recuperar, e não mortificar, seu
entusiasmo.
Juventude
Os jovens também
são destinatários da Mensagem do Sínodo, definidos “presente e futuro da
humanidade e da Igreja”. A nova evangelização encontra nos jovens um campo
difícil, mas promissor, como demonstram as Jornadas Mundiais da Juventude.
Família
Os bispos apontam
como lugar natural da primeira evangelização a família, que desempenha um papel
fundamental para a transmissão da fé.
Diante das crises
pelas quais passa essa célula fundamental da sociedade, com inúmeros laços
matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais se dirigem diretamente às
famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém,
que também a Igreja as ama e é casa acolhedora para todos.
A mensagem cita
também a vida consagrada, testemunho do sentido ultra-terreno da existencia
humana, e as paróquias como centros de evangelização.
Também
recorda a importância da formação permanente para os sacerdotes e os religiosos
e convida os leigos (movimentos e novas realidades eclesiais) a evangelizar
permanecendo em comunhão com a Igreja
Diálogo
inter-religioso
Os horizontes da
nova evangelização são vastos tanto quanto o mundo, afirma o Sínodo, portanto é
fundamental o diálogo em vários setores: com a cultura, a educação, as
comunicações sociais, a ciência e a economia. Fundamental é o diálogo
inter-religioso que contribua para a paz, rejeita o fundamentalismo e denuncia
a violência contra os fiéis, grave violação dos Direitos Humanos.
Igreja em
cada região do mundo
Na última parte,
a Mensagem se dirige à Igreja em cada região do mundo. Com relação à América
Latina, os padres sinodais se dirigem com sentimento de gratidão.
“Impressiona de
modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de
religiosidade popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas.
Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a
violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver num estado
permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e alegria, formando
comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando
no empenho de seus filhos como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade
justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região
e exige um renovado anúncio do Evangelho.”
Às Igrejas no
Oriente, o Sínodo faz votos de que possa praticar a fé em condições de paz e de
liberdade religiosa.
À Igreja na
África, pede que desenvolva a evangelização no encontro com as antigas e novas
culturas, pedindo aos governos que acabem com conflitos e violências.
Os cristãos na
América do Norte, que vivem numa cultura com muitas expressões distantes do
Evangelho, devem priorizar a conversão e estarem abertos ao acolhimento de
imigrantes e refugiados.
Já a Igreja na
Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas vezes às margens da sociedade e
perseguida, é encorajada e exortada à firmeza da fé.
A Europa, marcada
por uma secularização agressiva, é chamada a enfrentar dificuldades no presente
e, diante delas, os fieis não devem se abater, mas enfrentá-las como um
desafio.
À Oceania, por
fim, se pede que continue pregando o Evangelho.
A Mensagem se
conclui fazendo votos de que Maria, Estrela da nova evangelização, ilumine o
caminho e faça florescer o deserto.
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