Nos
dias 13 e 14 de maio, o Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos
Bispos, formado por 15 cardeais e bispos, reuniu-se em Roma. A pauta principal
dos trabalhos foi a preparação da próxima assembleia extraordinária do Sínodo,
programada para os dias 5 a 19 de outubro deste ano.
Tratou-se,
sobretudo, da elaboração do Instrumentum laboris (Instrumento de Trabalho) da
assembleia sinodal, um texto que será publicado em breve e enviado às
conferências episcopais e, sobretudo, àqueles que deverão participar da
assembleia de outubro.
O
Instrumento de trabalho vai recolher as respostas ao questionário, para
conhecer a situação atual da família e de várias questões relativas ao
casamento e à família, enviado em 2013 às conferências episcopais de todo
mundo. As contribuições foram abundantes e serão apresentadas de maneira
temática no Instrumentum laboris, para orientar os trabalhos sinodais.
O
tema do sínodo extraordinário despertou grande interesse e expectativa por toda
parte: várias situações de crise e questões atuais da família e do casamento
interpelam a Igreja e sua ação evangelizadora.
Fazem
parte do temário a difusão e a aceitação do ensinamento da Igreja Católica
sobre o casamento e família; as dificuldades para colocar em prática esse
ensinamento no contexto cultural contemporâneo; as situações difíceis que
muitos casais e famílias enfrentam, com casamentos desfeitos e refeitos com
nova união; sua participação na vida da Igreja e a transmissão da fé aos filhos
em tais situações... Mas entram também as questões novas, tais como o fato
sempre mais presente em vários contextos culturais de pessoas que não se casam
mais, nem constituem uniões estáveis ou famílias; ou os fatos recorrentes, em
vários países, de políticas contrárias à família; sem esquecer as uniões civis
de pessoas do mesmo sexo.
Ciente
das várias situações problemáticas que a família atravessa, a Igreja não a
abandona, pois também conhece o plano salvador de Deus em relação ao casamento
e à família; e tem convicção sobre a importância da família para a pessoa, para
a sociedade e para a própria vida e missão da Igreja. Por isso, ela quer
anunciar de maneira renovada a Boa Nova do casamento e da família,
especialmente nas situações mais difíceis e problemáticas que a atingem.
A
assembleia extraordinária de outubro próximo não vai esgotar o tema e seus
trabalhos estarão orientados para novas reflexões na assembleia ordinária do
Sínodo dos Bispos, em outubro de 2015, quando se tratará da pessoa humana e da
família à luz de sua vocação em Cristo. Serão dois momentos complementares de um
caminho de evangelização, que tem como centro a antropologia cristã e suas
implicações para a pessoa, o casamento, a família, a sociedade e a Igreja.
O
papa Francisco participou um dia inteiro da reunião, sinalizando para a
importância dada por ele ao Sínodo extraordinário de outubro. Ele tem falado
também da importância do próprio organismo do Sínodo dos Bispos, criado por
Paulo VI no final do Concílio Vaticano II, em 1965, como expressão de
colegialidade e da responsabilidade de todos os bispos, junto com o Papa, em
relação à Igreja inteira.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
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