A
mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais tem como tema “Silêncio
e palavra: caminho de evangelização”.
Silêncio e palavra – recorda o Papa – são “dois momentos da comunicação para se
obter um diálogo autêntico e uma profunda união entre as pessoas. Quando
palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque
provoca um certo aturdimento ou cria um clima de indiferença. Quando, porém,
silêncio e palavra se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e
significado”.
Isso porque “o silêncio é parte integrante da comunicação. No silêncio,
escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento,
compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do
outro, discernimos como exprimir. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e
se exprima a si mesma, e permite-se a não nos ater às nossas palavras e idéias.
Deste modo, abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma
relação humana mais plena.”
“Do silêncio deriva uma comunicação mais exigente, que faz apelo à
sensibilidade e à capacidade de escuta. Uma reflexão profunda ajuda-nos a
descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista,
pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens,
possibilitando compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um
conhecimento comum autêntico. Para tal, é necessário criar um ambiente
propício, uma espécie de “ecossistema” capaz de equilibrar silêncio, palavra,
imagens e sons.”
A Mensagem do Papa recorda que hoje em dia “a internet vai-se tornando cada vez
mais lugar de perguntas e respostas; o homem de hoje vê-se, freqüentemente,
bombardeado por questões que nunca se pôs e necessidades que não sente. O
silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros
estímulos e as muitas respostas recebidas, justamente para identificar e
focalizar as perguntas verdadeiramente importantes”.
“No fundo, este fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser
humano, sempre à procura de verdades, pequenas ou grandes, que dêem sentido e
esperança à existência. O homem não se pode contentar com uma simples e
tolerante troca de opiniões e experiências de vida: todos somos perscrutadores
da verdade e compartilhamos este profundo anseio, sobretudo neste nosso tempo
em que, quando as pessoas trocam informações, partilham suas existências, a sua
visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais”.
E, sempre a propósito de “silêncio e palavra – caminho de evangelização”,
conclui o Papa: “Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a
contemplar; e isto é particularmente importante paras os agentes da
evangelização: silêncio e palavra são elementos essenciais e integrantes da
ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo
contemporâneo”.
(Fonte: site da Radio Vaticana)
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