A
Catequese em nossa paróquia terá início em Agosto. Para falar sobre
a importância da catequese, o estudante do 4° de Teologia e Filosofia da
PUC-SP, Benedito José da Silva escreveu um texto para nós:
O
ser humano vive a procura de respostas sobre a vida e, no fundo, sobre si
mesmo. Pode até ser iludido por fatos que escondem, ou dificultam essa busca, e
o leva a fugas que acabam o desviando para caminhos perigosos e alienantes.
Mas
as perguntas continuam lá dentro do nosso intelecto. Queremos saber quem somos,
de onde viemos, para onde vamos, e que sentido tem as escolhas que a vida exige
de nós.
Quem
chega à idade adulta com essas indagações, precisa mais do que uma síntese
doutrinal. O catecismo da Igreja Católica afirma que o homem é capaz de Deus e,
o primeiro capítulo, inicia assim: “O desejo de Deus está escrito no coração do
homem”.
Já
o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem para
si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdadeira felicidade que não
cessa de procurar.
Por
isso é necessário um verdadeiro mergulho no mistério, com uma experiência cada
vez mais profunda, nas mais diversas dimensões da vida cristã. Entrar em um
novo projeto de vida, religioso ou não, requer um processo de passos sucessivos
de aproximação, um processo de vivência, conhecimentos e celebração.
O
tema “iniciação”, tão discutido no Documento de Aparecida não é novo na Igreja.
Começou na origem do Cristianismo e recebeu do século III ao V, uma estruturação
específica, “o Catecumenato”, que foi considerado ao longo dos séculos um
grande modelo para o processo de iniciação cristã. Catecúmeno correspondia ao
nosso catequizando de hoje, e era visto como aquele que deve ser iniciado na
fé.
Para
participar dos divinos mistérios, a pessoa precisa ser iniciada a uma realidade
maravilhosa, com experiências que o marcarão por toda sua vida. Após a
iniciação, passa a descobrir o mistério da pessoa de Jesus e os mistérios do Reino:
o querigma, ou seja, a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo.
O
vocabulário da iniciação cristã foi elaborado pelos Santos Padres da Igreja, e
refere-se às etapas consideradas indispensáveis para mergulhar no mistério de
Cristo e começar a fazer parte da comunidade eclesial em espírito e verdade. Essa
catequese fazia com que a pessoa recém-batizada percebesse o significado, o
valor e o alcance dos ritos realizados.
Jovens
de hoje passam por vários processos de iniciação: quando começam a fazer parte
de um grupo, quando entram em uma faculdade, festas de formaturas ou de quinze
anos. São ritos de passagem. Maneiras
variadas de assumir uma transformação, uma virada existencial que transforma a
pessoa em um outro ser.
Nos
Atos dos Apóstolos e nas comunidades citadas nas cartas do Novo Testamento,
podemos perceber novas propostas e novos tipos de relacionamentos, onde a
solidariedade, a comunhão e a fraternidade constroem um novo jeito de viver,
pois Cristo veio para transformar e trazer mais vida para todos.
O
projeto de Jesus não tem nada de pequeno ou mesquinho; pelo contrário, somos
chamados para um trabalho exigente e emocionante, em um mundo ferido pela
violência, escravizado ao consumismo irresponsável, em uma sociedade construída
sobre a injustiça.
Jesus
nos impulsiona a viver a fraternidade, a defender os fracos, a construir a paz,
valorizando a honestidade e a dignidade humana, sabendo perdoar e partilhar. Essa
obra do amor de Deus se realiza na Igreja e pela mediação da Igreja, como corpo
de Cristo, porém, requer a decisão livre da pessoa.